20100725

Tempos prozaicos - Tristeza e depressão


Vivemos tempos prozaicos?

Somos incentivados constantemente a ultrapassar nossos limites de muitas formas hipnóticas e a ignorar e silenciar os sinais dos excessos que o corpo emite: coma de mais e depois tome um antiácido que tudo se resolve; trabalhou muito tempo sentado, carregou muito peso, está com muita raiva contida e contraíndo os músculos, tome um analgésico que passa... Exagerou no exercício físico? Toma um relaxante muscular ou coloca um emplastro...

Vamos assim descalibrando a percepção da consciência corporal, da propriocepção e nos entregando cada vez mais aos 'mágicos' comprimidos anestésicos enquanto perdemos os limites naturais de parar de comer, parar de dormir, parar de fazer. Vamos perdendo o contato com o que é do Bem, com o que faz sentido e com o que pode volitivamente ser mudado.

Com o tempo, perdemos a confiança e passamos a duvidar do nosso corpo e já não sabemos mais ler os sinais: tristeza é algo podemos sentir quando 'perdemos' algo ou alguém, quando nos sentimos frustrados. Tristeza vem, tem um ciclo de tempo para permanecer, e vai embora. Esse ciclo de tempo varia conforme a causa da tristeza: perder uma oportunidade ou perder um ente querido ou ser destratado; e conforme o temperamento e a compreensão do fato pela pessoa envolvida na perda. Tristeza, ao contrário do que canta a música, tem fim. Quando a sensação de tristeza permanece por mais tempo que o necessário, e a pessoa vai manifestando falta de cuidado consigo mesma (não come mais, para de tomar banho, não dorme ou dorme o tempo todo), passa a ser considerada depressão.

Há fatores que incitam a sensação de tristeza: falta de movimento, falta de luz solar, frio, ingestão de produtos refinados, ingestão de açúcar branco, hormônios que circulam no organismo feminino após a ovulação, se não há gestação.


Podemos manter a tristeza no nível funcional, quando é necessária. A tristeza é necessária pois construímos/avaliamos/movemos nossos limites e aperfeiçoamos nossa personalidade lidando com nossas tristezas, com nossas frustrações.

Podemos dar uma forcinha para a natureza no sentido de recuperarmos a alegria, nos alimentando melhor, praticando exercícios, cultivando bons pensamentos. Também podemos cultivar o contentamento, que é a capacidade de sabermos quem somos independente do que está contecendo ao nosso redor.

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