20110529

Provocações

Você se propõe a cultivar a sua saúde ou cuidar da sua doença? Ou você delega esta ação à terceiros (o Estado, o plano de medicina)?

“A saúde é um direito de todos e um dever de todos.”
“A alimentação de hoje produz o doente de amanhã, e todo mundo fica feliz.”
Sonia Hirsch


Provoações - Sonia Hirsch
Saiba mais sobre o comer do bem e bom, a indústria do alimento (e) da doença, o uso adequado da soja, a teoria da medicina chinesa, os bichos que dão em gente, inhame-inhame, quanto de açúcar por dia, candidíase, viver melhor, Brasil atrasado em pesquisa, divulgação das pesquisas feitas 'lá' fora = traduções,  (oh, yeh, isso também acontece com relação às pesquisas do Hatha Yoga! As pesquisas científicas acontecem fora, são publicadas em inglês e os brasucas na sua maioria ignoram os resultados positivos, os benefícios e continuam propagando as lendas, os achismos, os ouviram falar não sei onde não sei o que sobre o Hatha Yoga...).
Link da pesquisa
Link da pesquisa
Voltando ao assunto, Sonia também toca num ponto que também me toca: a impossibilidade de ter percepções como o sexo oposto. Isso me 'incomoda' a cada momento em que produzo uma prática para os outros (homens e mulheres), de modo semelhante ao que a incomoda: porque a intuição (=propriocepção refinada e coordenada) não pode ser transmitida, apenas vivenciada.

Variações

Para que tanta variação sobre o mesmo tema=aasana?

A variação provoca modificações no engajamento das articulações e musuculatura.
Isso é importante para que a pessoa não entre na onde de que toda vez o aasana é sempre igual.
É importante porque uma determinada variação pode fazer cair a ficha ou desfazer o clik, sabe, aquele nó muscular, aquela trava articular e devolver para a pessoa a liberdade mental, de sentir ou de se movimentar.

Quando desfaz o nó mental, a pessoa pode meditar no aasana, que é uma riqueza!

20110528

Multifacetado

Quem busca a prática de Hatha Yoga pelo método Iyengar dá de cara com uma das particularidades do método que eu ainda não percebi em nenhuma outra abordagem contemporânea da secular prática do Yoga 'Vigoroso': a grande variedade de execução de um mesmo aasana. Veja como exemplo algumas maneiras de se colocar em Adho Mukha Svanaasana:
Sem acessórios
(e esse cara aí é o arquétipo do yogue, magro, alongado e 'desenhado': massa muscular sem gordura, tonificada e presente - mais do que aparente - quando é necessário o uso da força muscular)


e as mulheres também ficam com a musculatura sequinha e tonificada, mesmo quem tem retenção de líquidos (experiência prórpia) acaba secando, desde que pratique regularmente, é claro!
(E isso não depende da idade, e sim da regularidade e a quantidade de vezes em que se pratica na semana.
Para conseguir um resultado equivalente, pratique pelo menos 2 a 3 vezes por semana.
O tempo médio de resposta, para todos veres seus músculos secando e desenhando é de 2 a 3 meses.)
O mais bacana é que a pessoa fica mentalmente mais leve e mais elegante emocionalmente.


 Seguem algumas (não são todas as) variações com acessórios:

Ensina a abrir e fortalecer as articulações de pescoço+ombros+costelas, dos quadris, alonga e fortalece a coluna. A corda pode ser substituída por um cinto e um assistente.

Alonga e fortalece a coluna, auxilia quem tem excesso de peso ou pouca força nos braços (cordas).

 Alonga a coluna e massageia a parte de trás da bacia (articulação sacro-ilíaca).

Realinhamento e abre as articulações do pescoço, ombros, costelas, vértebras toráxicas.

 Abre a bacia e as costelas+ombros, alonga a musculatura ao longo de todas as vértebras da coluna, fortalece a musculatura do braço (o 'tchau', inclusive), auxilia a permanência de quem tem excesso de peso ou pouca força .

 Alonga e fortalece a musculatura posterior, fortalece os braços, massageia a articulação sacro-ilíaca, estímula a consciência e a confiança no movimento do outro, o trabalho em equipe, a cooperação, a assertividade, a solidariedade.

 Alonga a musculatura posterior, abre peito+ombros+pescoço de pessoas que possuem lesões articulares no ombro, pulsos, tendinites, excesso de peso, enxaquecas, que estão gestando, que tem pouca força ou  flexibilidade.

Alivia a dor de cabeça, fortalece os braços, abre o peito+ombros, alivia a dor postural no pescoço+ ombros.

A função de tantas variações é provocar sensações diferentes, para expandir:
seu repertório de percepção,
sua coordenação neuro-motora,
sua memória,
sua capacidade conectar informações/percepções/sensações,
sua memória quadrimensional (nas 3 direções do espaço e do tempo),
para regular/re-organizar sua percepção interna com a realidade material (= parar de achar que seu pé está alinhado quando na realidade está torto, perceber o alinhamento ou desalinhamento dos quadris, a inclinação indesejável da coluna ou da cabeça durante uma torção, por exemplos).

E também para dar oportunidade das pessoas lesionadas, pouco flexíveis física e mentalmente,  convalescentes ou em 'estado interessante' executarem e se beneficiarem sem restrições e com segurança da prática do Hatha Yoga.

Serve também para trazer integralidade, integridade, novos desafios, criatividade, curiosidade para a prática de aasanas.
Integridade = Vitalidade.

O uso de acessórios permite a todos, sem excessão, refinar a percepção neuro-motora de maneira tridimensional e executar o assana com mais assertividade. O praticante tem refina rapidamente a capacidade de alinhamento ósseo-articular e o uso adequado da musculatura, contraindo somente o músculo ou grupo muscular essencial e descontraindo e alongando a musculatura essencial, que é o foco de liberação no aasana.
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O aasana é tratado como um diamante raro e precioso, que quanto mais facetas possui, mais concentra a luz em seu centro e mais a reflete para o seu exterior.

20110527

Traataka

Trataka é um exercício para fortalecer os músculos e nervos ópticos, limpar e relaxar os olhos, desenvolver a memória e a concentração.( E faz parte do programa das aulas.)
É uma prática poderosa que leva a pratyahara (retirada dos sentidos), dhaarana (concentração relaxada) e dhyaana (meditação).
Mantendo o olhar fixo em um ponto se desenvolve a concentração, memória e força de vontade.
É uma maneira muito eficaz para limpar complexos e fobias e pode ser usado para aliviar a tensão nervosa, ansiedade e insônia.
Pode estacionar ou corrigir defeitos da visão (miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia).
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Meu primeiro contato com o traataka foi durante a adolescência, através de um oftalmologista que ao invés de me aviar uma receita de lentes/óculos me ensinou a fazer uma parte dos exercícios musculares do traataka. Depois de 4 meses de exercícos 3 vezes por dia, ele me disse que o meu problema ocular havia regredido.
Senti muito beme star em fazer estes exercícios, continuei executando como havia aprendido e beeeeeemmmmm mais tarde, fui conhecer a técnica por inteiro, e continuo praticando regularmente.

20110526

Pouso sobre a cabeça

É raro ter imagem do jeito correto de fazer Shirsaana como mostrado aqui:

Shirsaasana ou invertida sobre a cabeça também é chamada de pouso sobre a cabeça. (!!!)

Porém, quando o aasana é feito corretamente, quando há um bom uso das articulações dos ombros e o tonus=engajamento=empenho muscular necessário dos braços, o que fica em contato com o chão é a lâmina do antebraço, a cabeça 'flutua'.

Ou seja, quem sustenta o peso do seu corpo é a musculatura do braço, o músculo do 'tchau' sustentando todo o peso do seu corpo em equilíbrio dinâmico apoiado sobre a base que seus antebraços oferecem no chão engajado com a musculatura abdominal e os adutores das coxas.

Abaixo segue o vídeo todo de onde foi retirado o recorte do Shirsaasana maravilha:

20110525

Qui nem jiló?!?!?

O sujeito da foto aqui em cima está:
  • calmo e fazendo massagem na cabeça?
  • impaciente e apertando a cabeça, depois de arrancar todos os cabelos?
A percepção pode estar descalibrada, o entendimento da imagem/mensagem/palavra pode estar equivocado por falta de discernimento e de flexibilidade e gerar dúvida ou uma interpretação errada.

De maneira semelhante é comum ouvir de muita gente que nunca se deu a oportunidade de praticar Hatha Yoga:
 "Ah, eu sou muito agitado(a), Hatha Yoga é uma coisa que eu não vou conseguir fazer."
(Já experimentou para saber?
Se não experimentou, como é que sabe que não vai gostar? 
É que nem jiló, nunca comeu mas já sabe que não vai gostar?).

Ser agitado não significa ser ativo e cheio de energia.
Ser calmo não significa ser letárgico ou inativo.
Precisa aprender a perceber, e a distinguir.

A pessoa calma(=con+centrada) não precisa 'investir' em retrabalhar ou reaprender, e tem mais tempo de se aperfeiçoar, se torna uma pessoa mais (cri)ativa e conquista mais saúde física, emocional e mental; também consegue ouvir e avaliar idéias diferentes das suas, construindo um repertório maior de escolhas assertivas. E pode ser uma pessoa que faz 'milhares de coisas' num dia.

Calma+Paz*ciência+Agilidade=Assertividade

Obs.: Pessoas desatentas também são equivocadamente adjetivadas como 'calmas', pois tem dificuldades em perceber o que acontece ao seu redor, não participam efetivametne das atividades (estão ali de corpo presente e mente ausente ou delirante.) e raramente interpretam de maneira correta o que acontece ao redor e em seu interior e reagem de modo desconexo com as circunstâncias.

Zequinha


Por que não tem música na aula?

A música vem da sua respiração.
Não tem música para cada um aprender e apreender a se escutar.

Quando cada pessoa ouve e compreende o som de si mesma, ela para de se atropelar, para de alimentar a sua porção Joselito Sem Noção; a pessoa aprende a perceber, respeitar e implementar (se desejar) seu rítmo, seu jeito.

Nada contra a música, a música eleva, pode ajudar a concentração em determinadas circunstâncias, mas durante a prática do Hatha Yoga, no mais das vezes, a música serve para as pessoas continuarem a fazer o que estão habituadas: fugirem de prestar atenção no que acontece aqui e agora, e irem revisitar na memória ou inventar  na imaginação um lugar/estado emocional 'agradável'. E o que interessa na hora de praticar é prestar atenção, afinal, tem um monte de ações externas e internas para dar conta e in-corporar.

A parede dos sonhos



Ainda não tenho a parede dos sonhos!

Porém com cérebro e sinapses, conhecimento de física (sim, aquela do Newton, 'toda ação produz uma reação de mesmo módulo=valor de força porém com direção oposta')+ anatomia+cinesiologia+bom senso-preguiça de continuar apre(e)ndendo, dá para experimentar semelhante e ter aulas diversificadas, interessantes, instigantes.

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(20111030)
Fuçando na rede, encontrei uma receita para a parede dos sonhos
(uia agora é questão de tempo e de infra!),
seguem os links:

1
2
3 

20110507

Meia Lua, estar Inteiro



Cada aasana/postura causa modificações na musculatura, nos órgãos internos e no comportamento.
Ardha Chandraasana = postura da meia lua produz as seguintes modificações
na musculatura:
  • fortalece e estabiliza o centro = core = house poweer = cinta abdominal = esqueleto diafragmático (iliopsoas + diafragma + quadrado lombar);
  • alonga=estende e fortalece as costas, pernas e tornozelos;
  • dá espaço entre as vértebras da coluna;
  • dá espaço para a articulação do ombro e abre o peito;

nos órgãos:
  • otimiza a digestão;
  • alivia os distúrbios da TPM ou de impotência;
  • alivia os distúrbios da Síndrome Metabólica, queima a gordura entre as visceras;
  • melhora a respiração, descomprimindo os pulmões, libera o diafragma;

no comportamento/atitude:
  • remove o cansaço;
  • afasta a depressão;
  • (re)estabelece e melhora o foco, a concentração e o equilíbrio;
  • (re)estabelece a confiança e a clareza mental;
  • (re)estabelece o contato com o fluir das emoções.

    Todas as pessoas podem se beneficiar de Ardha Chandraasana, inclusive gestantes, pessoas com problemas articulares, pessoas acima do peso e idosos, com as várias maneiras de fazer este aasana/postura.

  • 
    É sempre importante ressaltar que para quem quer fazer, sempre há um meio, uma possibilidade. Um instrutor/a=professor/a experto/a vai saber te oferecer uma forma interessante de fazer cada aasana.
    As muitas maneiras de fazer o mesmo aasana refrescam a prática, que não fica repetitiva=monótona=no mesmo padrão e ajudam os praticantes a perceber todas as nuances de um mesmo aasana.
    Viva a liberdade!

20110505

Transformação ou crise?

Toda prática de aasana é uma oportunidade para uma transformação, que pode se transformar numa crise quando temos de enfrentar uma situação 'limite', como um aasana que desgostamos ou uma temível permanência, ou simplesmente fazer o empenho, a volição de manter a mente atenta e relaxada e prestar atenção nas atividades durante a aula.

Muitos praticantes desenvolvem resistências (a mente e a emoção do praticante luta contra os processos de deslocamento da zona de conforto=acomodação que a prática do Hatha Yoga instiga.) e as exibem em sala de aula, geralmente sob a forma  de uma pergunta ou atitude totalmente desconectada do que ocorre da aula, como por exemplo, citar ou 'executar' uma instrução que não foi dada, fazer perguntas (repetitivas ou não) quando o processo de relaxamento já está iniciado. É interessante prestar atenção: quem está presenciando a ação não deve se apegar ao ato do colega para estabelecer uma avaliação da qualidade da aula ou do dicernimento do professor, quem está atuando deve se observar em ação para ter a oportunidade de deixar de ser resistente e de se auto-boicotar.

Segue abaixo o relato de Ana Paula Malagueta Gondim, contando como venceu uma resistência emocional:

ÁSANA, O TESOURO PERDIDO

Muito já se disse e especulou sobre os ásanas, a começar muitas décadas atrás por Patañjali:

'Ásana é [a postura do corpo], firme e agradável. [O ásana] transcende-se ao relaxar no esforço e meditar no infinito. Assim, consegue-se o estado de transcendência das dualidades.'
Yoga Sutra, II:46-48.

Nos dias de hoje, muitos praticam sequências ou séries pré-estabelecidas de aasanas, outros através do alinhamento corporal e alguns dizem que se preocupar apenas com o excelência no desempenho nos aasanas deve ser secundário e foge do objetivo do Yoga.

Por isso tudo e mais um forte desejo pessoal, gostaria de compartilhar a minha visão sobre os aasanas, tendo em vista uma experiência muito marcante para mim.

Há uns três anos atrás resolvi praticar com maior intensidade alguns aasanas de força, muito mais pelo tapas e incentivo de uma pessoa próxima a mim. Praticávamos juntos e isso me mantinha estimulada. Uma das partes mais difíceis era o momento de treinar o chaturanga dandásana. Eu detestava profundamente esta postura, desistia fácil. Mas como praticava com outra pessoa, está me incentivava a continuar persistindo.

Até que chegou um dia em que fiquei por um longo tempo neste ásana, longos minutos.... parecia uma eternidade, os ponteiros dos relógios pareciam congelados. Tentava desesperadamente me concentrar apenas na respiração, respirava, respirava e mesmo assim o tempo se arrastava. Dizia para mim que não ia desistir, mesmo que tremesse tudo. Eu não estava disposta a desistir. A postura não estava me machucando, eu estava respeitando 100% o ahimsa, então poderia continuar. Depois que o tremor do corpor cessou, inicio-se uma batalha interna. Minhas emoções e minha mente estavam armadas da cabeça aos pés, dispostas a tudo para me fazer desistir da permanência, que já se estendia por alguns minutos.

Percebi então, que a única coisa que eu poderia fazer no momento era respirar e observar. O fato foi que o jogo foi sujo. Começou a me bater um desespero. Eu senti uma vontade imensa de gritar e junto com essa sensação surgiu um forte tremor, que não era percebido fisicamente a olho nu. Tudo isso acontecia no meu universo interior. Parecia que o meu anaahata chakra ia explodir e que o manipura iria transbordar. Eu estava sentindo muito, muitas coisas. Eu não conseguia controlar ou entender o que sentia. Foi exatamente neste momento que comecei a chorar. Chorei, chorei e me debulhei em choro.

O choro passou. E com ele levou toda a guerra junto. A única coisa que ficou foi uma gostosa sensação de vitória. Eu havia vencido uma guerra interna. Eu havia vencido a mente e as emoções que tentaram sabotar minha permanência. Pois eu ainda estava firme e forte no ásana. Não existia tremor algum no meu corpo. Eu respirava tranquilamente quando tudo terminou. Finalmente percebi que agora pudia desfazer a postura.

Permaneci um bom tempo apenas ali. Deitada tentando juntar as peças do quebra-cabeça e compreender o que tinha acontecido. O que inicialmente seria apenas mais uma prática de Yoga, se tornou em uma incrível descoberta. Ali, em meio a permanência dissolvi um vaasanaa (extremamente forte, só para salientar), se fez a luz e pude claramente enxergar. O karma que havia gerado um vaasanaa que havia formado um vritti. Ufa! Uma coisa a menos, no meio de tantos samskaaras.

Foi uma experiência totalmente surpreendente para mim. Foi a primeira vez que algo deste tipo havia acontecido. E aconteceu em um aasana! Todos os paradigmas e pré-conceitos estabelecidos depois daquele dia se foram e a prática de aasanas nunca mais foi a mesma. Percebi que há muito mais por de trás de um simples alongamento e esforço muscular. Há um universo além da manutenção do corpo e através das estradas de prana.

Os aasanas são aqueles que nos conduzem há um universo onde os músculos, as articulações, os órgãos e os ossos são o espelhos das nossas experiências passadas. Carregados do que somos. O simples fato de colocar o corpo de uma forma única nos leva a uma experiência diferenciada. A permanência nessas porturas ajudam a dissolver condicionamentos desenvolvidos ao longo das vidas. A liberar emoções presas nos chakras e a permitir que essa energia escoe por todo o nosso Ser. Levando esta energia a entrar em comunhão com o restante do corpo-mente. Nos tornando inteiros de consciência. Pura consciência.

Desde então faço questão de compartilhar isso com meus alunos, sempre que posso. Discursando que quando moldamos nosso corpo em uma postura, nos tornamos ela, de corpo e alma. Da importância de aproveitar a permanência e se observar. Depois que você checou se o corpo está bem posicionado, de que o alinhamento está correto e de há conforto, a viagem começa. A viagem em busca do tesouro perdido. Não estamos em busca de apenas colocar o pé atrás da cabeça, se fosse só isso, mandaria todos para o circo. Queremos mais! Queremos o tesouro.

Mergulhamos então na respiração que nos conduz pelo corpo e sentimos a nossa presença do dedão do pé ao último fio de cabelo. E cada novo ciclo respiratório, cada molécula de praana que percorre nosso corpo é uma nova oportunidade de sentir. Entender como nos sentimos naquela postura. O que passa pela nossa cabeça na permanência. Que tipo de emoção emerge. Permitir-se viajar pelo nosso Universo Interior. Pelo desconhecido, sem medo de defrontar as limitações e de superar o que antes era um muro interminável. Como o era aquela postura para mim. E viajar, sem se preocupar com o tempo, com o ganho final. Ishvara Pranidhana. Entregue-se. Busque o tesouro perdido: o Ser.


Om shanti! Om prema!

20110504

Aasana


Ásana (yoga.pro.br)


Exercícios do Yoga para auto-observação e reflexão sobre a própria natureza.
Os efeitos psicofísicos dos ásanas são secundários em relação ao propósito maior, que é a liberdade.

Bye, bye, tristeza

CULPAS E MÁGOAS, BYE-BYE!
satsanga com Swami Dayananda Saraswati

Omissão é algo que deixou de ser feito.
Comissão é algo que foi feito.
Omissões e comissões acontecem ao representarmos papéis na vida.

Omissões e comissões próprias são referentes ao papel do kartaḥ, o fazedor.
Omissões e comissões alheias são referentes ao papel do bhoktaḥ, o desfrutador.

A) Omissões e comissões minhas me fazem sentir culpado:

1) Omissão: "por que não fiz isto?"
2) Comissão: "por que fiz isto?"

B) Omissões e comissões dos demais me ferem, me magoam.

3) Omissão: "por que ele não fez isto?"
4) Comissão: "por que ele fez isto?"

A culpa sempre acompanha àquele que se identifica como kartaḥ, agente das ações.

A mágoa sempre acompanha àquele que se identifica como bhoktaḥ, o desfrutador dos resultados das ações.

Você não é nem o kartaḥ nem o bhoktaḥ, nem o agente das ações nem o desfrutador dos seus resultados. Você é a testemunha invariável que observa as ações e seus resultados.

Compreender isso é mokṣa (libertação).
Assim, você se liberta das culpas e mágoas e vive uma vida dhármica e feliz.


20110503

Huhu, Cabeção!?

Quando uma pessoa faz um aasana ela faz musculação no corpo e no cérebro:
  • ela usa os músculos para sustentar o peso de seu corpo, alongando profundamente e fortalecendo a musculatura, sem roubar o espaço da articulação, sem machucar os músculos, sua=transpira (aasanas geram calor interno, secam a gordura da musculatura!) e não fica cansada;
  • ela usa o sistema neuro motor para movimentar de forma controlada, intensa e profunda articulações e musculatura;
  • ela usa a coordenação motora para combinar as fases da respiração (inspiração e expiração) ao movimento e ao vigor muscular;
  • ela fortalece a concentração ao prestar atenção às determinadas partes do corpo que são colocados em evidência em cada enfoque do aasana (pois um mesmo aasana pode ser abordado ou observado por muitos pontas de vista ou de muitas maneiras).
  • ela limpa, oxigena nutre os órgãos internos, que recebendo a quantidade adequada de sangue e oxigênio, funcionam de maneira correta e voltam ao tamanho adequado. (Órgãos internos de tamanho maior ou menor do que é adequado à cada organismo produzem doenças e alteração na funcionalidade da musculatura ao redor deles.)
Todo aasna é um exercício de musculação para o corpo e para o 'cabeção'.

Todo aasana é um exercício que equilibra o corpo por fora e por dentro, que coordena/une a parte intangível do corpo (mente, sentimento e emoção) com a parte tangível (pele, músculos, ossos, órgãos internos).
Mens sana in corpore sano.

20110502

Sincronicidade?

Enquanto escrevia o post anterior,chegou via e-mail a mensagam do dia:
Sincronicidade ou acaso?

observaAção

São consideradas ações: atos, emoções, sentimentos, pensamentos com os quais nos identificamos, ou seja, cada um de nós 'acha' que é o que o que faz (ou não faz), o que sente, o que pensa. Em contraste, não-ações são atos, emoções, sentimentos ou pensamentos com o qual não nos misturamos.

Quando a pessoa se mistura com as ações que faz (ou que deixa de fazer), esta na posição de fazedor(a), e gera culpa (em si mesma).

Quando a pessoa se imiscui com as ações que as outras pessoas produzem, ela se coloca na posição de recebedor(a) e gera mágoa (em si mesma).


Muita energia mental, emocional e física é desperdiçada por cada pessoa tentando 'entender' ou justificar o motivo, pela qual as outras pessoas atuam ('Como é que fulano/a faz assim comigo?'). Cada pessoa atua de acordo com o grau de consciência, de percepção e aceitação de sua cultura pessoal, que é reflexo de seus valores éticos e conteúdos mentais, emocionais e do repertório de movimento de cada corpo.
 
O 'segredo' de ser livre é não se confundir com as ações.
Ações são oportunidades de experimentar, embora para a maioria das pessoas sejam ocasiões de repetir e reforçar.