20091120

Contra capa anterior


'We are missing the gold if we do asanas as a physical pratice only'*
Geeta Iyengar em: Yoga, a gem for women.

* Humm, literalmente:
'Perdemos o ouro se fazemos asanas somente como um exercício físico'.
Porém, se colocam em minha visão duas outras (a)versões:
'Empobrecemos se fazemos dos asanas apenas fisioculturismo.'
e
'Jogamos fora a riqueza dos asanas ao executá-los tal como um excercício para os músculos.'

Germinado



Podemos escolher o que semeamos,
como e quando vamos cuidar do semeado
e se vamos prestar atenção às (faltas de) necessidades de cada grão.
Porém, a colheita é inevitável,
inexorável.

20091116

Duo


'Dentro de mim existem dois cachorros:
um deles é cruel e mau;
o outro é muito bom e dócil.

Os dois estão sempre brigando.

Quando,
então,
lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga,
o sábio parou,
refletiu e
respondeu:

“Aquele que eu mais alimentar."'

Duas cabeças pensam melhor que 1?

20091112

Auto - estudo

A dica para parar de reagir e se fazer por si mesmo agente ativo:
Agente passivo


A prática de Hatha Yoga é um laboratório experimental comportamental primoroso, uma oportunidade de desenhar um novo mapa de movimento, estradas talvez inusitadas, talvez esquecidas de por onde conduzir a ação muscular. E isso é apenas o começo.

Quando cito comportamento, me refiro em primeiro à maneira como conduzimos os impulsos motores (movimentos) pelos músculos: tendemos a repetir padrões motores que vamos adquirindo ao longo da vida, mesmo que eles nos causem dores musculares e/ou articulares. Da mesma forma, repetimos conduta emocionais e mentais, como que adictos de nós mesmos.

A prática de Yogasanas é ocasião de experimentar novos caminhos de movimento, formas diversas de engajamento e encadeamento das musculaturas que nos levam a desencarquilhar, a refletir sobre como nos colocamos na vida (a partir do corpo, em direção às emoções e aos pensamentos) e também, redesenharmos estes maspas emocionais e mentais.

20091111

Fórma e Fôrma


Outro dia, durante uma aula em que eu mostrava os livros Iyengar, alguém comentou sobre a barriguinha que Iyengar ostenta desde o Light on Yoga e sobre a expectativa ocidental de que um professor de Hatha Yoga seja invariavelmente 'esbelto'(=magro).

Eu perdi a oportunidade de expressar em voz ativa (então agora expresso em texto vivo) que, embora o Yoga nos conduza em direção à conduta que produz a saúde integral, Yoga não é fitness, e que o Yoga respeita os biotipos e o estado de vida atual da pessoa, que pode incluir algum distúrbio orgânico.

Porém falei da diferença entre o perfomer (aquela pessoa que tem um corpo trabalhado, 'ideal', alongado e que faz a fôrma da postura exepcionalmente bem - que até 'dá inveja') e do professor, que pode ser/estar* performer ou não ( e, ser performer em todos os āsanas é raro) mas que conhece os movimentos (ações externas) e as ações ( ações internas) e sente, percebe a fórma do āsana.

O professor sensível e que não é/está performer, usa o corpo do aluno performer para mostrar a fôrma e com voz ativa guia os praticantes em direção à fórma.

*professor performer continua humano:pode se machucar, ficar doente, dormir mal, ...

20091108

Sempre um papo


<br> Se seu navegador não puder executar o vídeo, <a href="#texto">veja a descrição textual do conteúdo do vídeo desta matéria</a>.<br /><br> Se preferir, <a href="RubemAlves.asf">obtenha o vídeo</a> e salve-o em seu computador.<br>

20091106

Movimento e Ação

Asanas (Linha do tempo):



Jargão:
Movimento: ação externa.
Ação: ação interna

+ Furoshiki


Furoshiki:

O tempero da memória - As 'Réiva'


Já escrevi aqui, memória do bem = percepção das atitudes necessárias agora (físicas, emocionais e mentais), o caminho do AMORRR que nos levam a libertação, a desidentificação com as 'coisas que temos dentro da cabeça', e memória do mal (precisa explicar?).

'‘Quem fica com raiva leva o outro para a cama.’ Eu já disse que o ódio gruda mais que o amor. Você está amando... O amor é feliz, cheio de memórias bonitas. Você vai para a cama e dorme sorrindo. E sonha... Mas aí acontece algo, alguém lhe faz uma coisa que lhe dá muita raiva. A raiva toma conta de tudo, sentimentos e pensamentos. Não o deixa. Sua vontade é gritar, bater, destruir. É hora de dormir. Seus olhos estão pesados. Você quer dormir. Mas a raiva não o deixa. Você vai para a cama e ao seu lado se deita... a pessoa de quem você está com raiva. Você quer pensar coisas bonitas, quer pensar na pessoa amada. Mas aquela pessoa, ao lado, não deixa...
Pois é isso que está acontecendo comigo. Estou com muita raiva. E, por causa da raiva, estou levando para a minha cama um garçom que se diz cantor. E, ao meu lado, ele canta valsas do Sílvio Caldas...'
Rubem Alvez comentando Guimarães Rosa em 'Se sua cozinheira quiser cantar enquanto cozinha, não deixe...', um conto sobre a importância de se saber distinguir a inocência da imprudência.

O ser raivoso é aquele que gruda a circunstância no imaginário, e portanto, não larga a pessoa que contracenou com ele. E vai (cada vez de rebobina a fita e relembra o fato*) tingindo com suas próprias cores o evento, que pode nem ter sido tão sangue vivo assim.

A raiva tem muitos nomes, muitas cores, tantos nomes quantos nossos afetos. Vira raiva da gente mesmo ( o monge com raiva do seu desejo pela linda jovem que o outro carrega junto ao corpo ajudando-a a atravessar o rio, apesar de seus votos de jamais tocer em mulher nenhuma... Leia aqui: versão 1 e versão 2)

O pior da 'réiva' é que estropia o fígado.
E se a gente resolve cultivar (ira = raiva cultivada, cozida com ardor/tapas), vira pedra de vesícula (= as vinhas da ira).

O melhor da 'réiva' é que ela é energia puríssima.
Basta virar a seta da 'réiva' para o lado 'certo', o lado B (do BemBom).

* Hoje sabemos que nunca rebobinamos a fita e relembramos os fatos, estamos sempre recriando o vivido, pois o que sentimos no presente altera o modo como recordamos os registros da memória.

Colheita


*Para quem tem fome de doce, arroz integral como manda o figurino.

20091105

Iyengar Yoga e a Medicina Moderna

Iyengar Yoga Resources, 2001
Transcrição da entrevista dada à uma emissora de televisão francesa por dr. Manoj Naik, médico (qualified medical doctor) que clinica em Pune e pratica no Ramamani Iyengar Yoga Memorial Institute, publicada pela primeira vez em 'Yoga Rahasya' (Yoga Rahasya Vol.8 nr/3, 2001).

Como você iniciou a prática do Iyengar Yoga?
Uma colega sênior do Instituto me introduziu a esse assunto. Ela dizia que eu deveria praticar yoga uma vez que eu seria beneficiado em vários aspectos. No início eu estava bem incrédulo e dizia a ela que a minhas aulas de natação e corridas me bastavam como atividades físicas. Francamente a seis anos atrás eu nem sabia da existencia do Instituto e iniciei o yoga por insistência de meus amigos.

Você sente algum benefício?
Os resultados me surpreenderam. Eu já me exercitava mas nunca havia experienciado uma sensação tão boa de energia e de relaxamento após os asanas. No início os benefícios eram apenas físicos aparentemente, na forma de flexibilidade, etc. Agora eu estou sentindo o aspecto mental dos asanas. A prática regular esta me beneficiando muito haja vista a minha rotina irregular como médico e estresse envolvido na medicina. Eu faço questão de não perder a prática e quando isso acontece fico bem incomodado.


Voce chamaria Iyengar Yoga uma forma de exercício?
Pode até parecer uns exercícios físicos aos iniciantes, mas é mais do que isso, é uma filosofia e estilo de vida. Com a loucura de estarmos em forma hoje em dia pode-se tomar como tal, se você projeta a sua prática como algo físico somente.


Qual a diferença entre Iyengar Yoga e demais formas de exercício?
Deixe-nos comparar os aspectos físicos primeiramente. Em outros exercícios existe uma limitação de movimentos nas articulações. A corrida inclui principalmente braços e pernas , bem como a natação. Nos asanas todas as articulações do corpo são usadas de forma plena e mantidas em movimento.
Em outras formas de exercício o efeito no corpo orgânico (órgãos abdominais e órgãos toraxicos) são marginais. Asanas tem um efeito enorme nesses órgãos e você não exercita esses órgãos enquanto corre e levanta peso ou pedala. Considerando as torções , por exemplo, em Bharadvajasana (quando feita corretamente) os órgãos abdominais superiores (fígado, estomago e esplênio) são exercitados. Em Marichyasana/ Ardha Matsyendrasana os órgãos abdominais do meio (intestinos e fígado) são exercitados. Em Pasasana / Paripurna Matsyedrasana, os órgãos baixo do abdômen (órgãos pélvicos e colon) são envolvidos. Em cada asana algum órgão esta sempre envolvido.
O melhor efeito do asanas é mental. Para conquistar uma postura correta você deve usar a mente e outras faculdades de forma intensa. Na verdade asanas e pranayamas são mais uma forma de exercício mental. O efeito na mente inclui estabilidade, diminuição da ansiedade, não à depressão, não ao nervosismo, e desenvolvimento de paciência e perseveranca. Alem do mais de forma adequada, às vezes adaptada, todos podem performar asanas.


Qual a base de Iyengar Yoga terapêutica?
A resposta esta no Yoga Sutra “ Sthira sukham asanam”. Em qualquer asana você deve estar estável e experimentando uma sensação de bem estar aprazível em cada parte de sua mente e corpo. Então se uma área doente é colocada na forma correta no asana acontece um alívio. Alguns asanas tem efeito pronunciado em determinadas áreas. Por exemplo, as torções são ótimas para as costas, posturas em pé e Urdhva Prasarita Padasana para joelhos. Essas são usadas para aliviar dores nas costas e joelhos por exemplo. Pode ser impossível, entretanto para um paciente fazer as posturas finais, e ele deve então buscar as posturas de preparo para as finalizadoras.


Você aprendeu isso nas aulas de medicina?
Os médicos estão sabendo dos efeitos terapêuticos do Iyengar Yoga?
Não, não temos yoga em nosso currículo ou educação. Atualmente os médicos estão mudando para perceber e adotar o yoga ,mas a maioria esta longe ainda desse conhecimento. O retorno que eles obtem são de pacientes que praticam yoga também para se curar.


Os médicos aceitam o papel do yoga num tratamento?
Hoje em dia yoga é aceito como uma forma alternativa de medicina. Mas a resposta a isso ainda é controversa. Alguns riem disso, alguns pedem aos pacientes para que continuem e outro dão sugestões estranhas tais como: não faça Sirsasana, faça apenas Savasana, ou faça Surya Namaskar.


Porque isso é assim?
A medicina tem sua base e preceitos formadas em cima de fatos demonstrados objetivamente. Assim sendo temos a tendência de colocar uma venda e acreditar somente em estudos objetivos da ciência da medicina ou pesquisa objetiva. Todas as outras áreas são vistas com cautela e descrença. Yoga e uma ciência totalmente subjetiva. Os praticantes podem somente durante a prática experimentar os efeitos dos asanas e pranayamas. Logo, enquanto os médicos não provarem não poderão falar sobre esses benefícios.
Documentação objetiva é difícil. Um escanner pode acontecer somente enquanto o paciente esta deitado; não pode ser feito com o mesmo sentado. Mesmo se conseguíssemos fazer um escaneamento, o radiologista encontraria dificuldade em interpretar o mesmo. Anatomia funcional deve ser experimentada e não pode ser documentada.
A maioria dos médicos tem pouco conhecimento de asanas e pranayamas e , quando interpelados por pacientes sobre o yoga, deveriam humildemente dizer que não tem conhecimento no assunto.


Como você aceitou o yoga como uma ciência terapêutica?
Vou narrar um incidente que trouxe essa mudança em minha vida. De dois a três anos atrás eu conversava com Guruji que me disse, : Hei , sua mão direita tem problemas!”.”Não” eu respondi e ele falou que meus músculos do antebraço direito eram mais grossos que o outro. Ele mexeu minha mao direita e disse que eu tinha espondilose no ombro esquerdo. Fiquei em silencio e me perguntei “Como eu teria espondilose?” Eu podia mover meu pescoço sem problemas e me mover sem dor. Peguei a opinião de um amigo cirurgião ortopedista que mencionou que meu lado direito estava bem e era mais grosso pois eu sou destro.
Agora eu vejo que o que Guriji disse era verdade e sinto a falta de movimentos do lado direito, sinto o ombro esquerdo em Parsvottanasana e Gomukhasana. Ocasionalmente sinto dores no deltóide direito, braço e antebraço.
Agora os raio-x provarão negativo, mas se eu não caminhar para um trabalho preventivo certamente terei espondilose dentro de mais 10-20 anos. Agora eu entendo algo que o yoga é tanto um diagnóstico quanto uma terapia. Falta de simetria em asanas acabam levando a uma doença no longo, médio prazo. O praticante deve ser capaz de sentir todo o seu corpo com a mente presente e diagnosticar as irregularidades. Na yogaterapia voce usa a região sadia e lado sadio para ser a sua baliza de trabalho que levara o lado doente a uma sensação de equilíbrio e saúde. Parsvottanasana, etc. pode ser usada para diagnosticar e para curar alguns problemas de ombros e pescoço.


Você pode nos contar quais aspectos da medicina você aprendeu em Iyengar Yoga?
O incidente que descrevi surprendeu-me pois eu não conhecia meu corpo, embora eu fosse e seja um médico.Como Guruji conseguiu diagnosticar todo em uma olhadela? Isso foi quando o meu ego de médico tornou-se mais humilde.
Após esse episódio eu passei a atender as classes médicas de yogaterapia. Iniciei observando pacientes com varias doenças: cardíacas, spondilose, discos da coluna fora de lugar, diabetes, problemas nos joelhos, nos quadris, hipertensão e todas essas sendo tatadas e os pacientes sentindo-se melhores. Mas eu não sabia qual era o mecanismo de ação. O que me ocorreu é que muita prática, e avaliação subjetiva dos efeitos dos asanas em varias regiões do corpo eram pré-requisitos para entender a parte de cura dos asanas.
Devo admitir que mesmo depois de 6 anos de prática médica minha avaliação subjetiva ainda é pobre. Aprender é uma coisa muito lenta. Nem imagino quanto esforço e empenho Guruji doou a sua prática e estudo para adquirir essa forca nas avaliações subjetivas de Yogaterapia. É impressionante, ele nem pergunta às vezes do que a pessoa sofre. Ele olha a pessoa andando ou em asana e faz a sua avaliação e diognóstico.


Qual é a similaridade entre Yoga e medicina?
Ambas são feitas para aliviar o sofrimento humano. Yoga e medicina de prevenção por excelência que define saúde por presença de bem estar social, físico e mental. A medicina não tem respostas para o bem estar social, físico e mental.
Esses conceitos estão todos bem mencionados em Astanga Yoga. Saude e bem estar mental são niyamas(sauca, santocha, tapas, ishvarapranidhana) Bem estar Social está em Yamas (ahimsa, asteya, bramacharya e aparigraha). A medicina é como avistar um incêndio quando ele já começou. Os princípios de yoga são preventivos desse incêndio. Quando bem usado, seus benefícios podem ser avistados e validados.


Estar presente nas classes médicas ajudou você?
Sim, desde que a medicina é objetiva ela acaba tendo também muitos mitos que depois se quebram. Por exemplo, nos casos de discos que deslizam e ficam fora de lugar os médicos recomendavam que os pacientes não fizessem flexões para frente. Mas em Iyengar aprendemos que quando feita de forma correta os asanas de flexão para frente são muito boas e curativas. Minha esposa é uma que se beneficia dessas posturas.
Outro mito e de que uma pessoa não deve fazer sirsasana depois dos sessenta anos ou se voce teve ataques cardíacos em seu histórico. Guruji aos 82 faz todas as posturas de inversão. Existe um paciente que teve ataque cardíaco e Guruji ensina ele a fazer a Sirsasana após as posturas de preparação.
A medicina tem o principio de não fazer o mal. Mesmo se você não conseguir ajudar o paciente melhore em algo, mas não faça mal. Então você avisa que ele não deve subir escadas por problemas de joelho, ou pede a ele para não se curvar para os casos de dores nas costas ou mesmo o coloca em longos períodos de repouso na cama.
Guruji recomenda outro principio. Você pode ajudar o paciente a fazer mais sem machucá-lo? Esse e o pricípio de IyengarYoga usado nas classes de terapia.


Como a Iyengar Yoga ajudou a sua esposa?
Ele tinha episódios de deslizamento de disco da coluna sério que sempre a deixava de cama por 8 dias muitas das vezes. Inclusive as tarefas simples de cotidiano da casa ficaram insuportáveis para ela. Agora após 6 meses de aulas de Iyengar Yogaterapia ela esta sem dores e com muita mobilidade na coluna. Ela é uma cirurgia geral e certamente entendeu o poder de cura de Iyengar Yoga na prevenção de cirurgias.


Em quais doenças a Iyengar Yoga ajuda mais?
As classes médicas tem várias pessoas com vários tipos de doenças. Nas pesquisas de yoga nosso corpo é o laboratório enquanto a mente é quem faz os avisos e recomendações, os movimentos novos e ações que dão aivio são as pílulas ou injeções. Se voce tem um paciente que tem um problema específico, teste em você o efeito das asanas para recomendar a pílula certa!

20091016

Mimo

Diwali - 2009


Amanhã celebra-se o Diwali.
Prepare a sua Festa das Luzes.
Alimente sua luz.

Como amanhã também é lua nova, aproveite e reflita sobre o seu caminhar no Yoga e se sua prática tem feito sua pessoa, sua vida ampla e generosa.

Que seja um período para tomarmos consciência e gratidão do quanto estamos mais luminosos, mais crescidos e mais fecundos por conta da nossa busca, do nosso empenho, do nosso entendimento, e capazes de estender a Graça ao nosso redor.

20091014

aulas de yoga para cadeirantes


Yoga: uma prática compassiva
Estúdio em Cena oferece aulas de yoga para cadeirantes

Por Kelly Juste,
fotos Rapha Bathe
Com a intenção de democratizar o seu espaço, a Estúdio em Cena também oferece aulas de yoga para cadeirantes – pessoas que usam cadeiras de rodas. O objetivo é mostrar que estar em uma cadeira de rodas não é motivo para pensar na impossibilidade de levar uma vida normal. É verdade que os primeiros momentos de adaptação não são dos mais simples, e que as barreiras arquitetônicas emperram um pouco o processo. De qualquer forma, é necessário ter a convicção de que existem sim formas de seguir adiante. E tudo fica mais fácil na medida em que a inclusão passa a orientar todos os setores da sociedade.

A dinâmica de uma aula de yoga para cadeirante é a mesma. Aliás, de acordo com a professora de Hatha Yoga, Maria Fernanda Senger, é fundamental não fazer uma distinção entre os alunos. “As minhas turmas são mistas. E é dessa forma que tanto os andantes, como os cadeirantes, podem aprender um do outro. Fica mais fácil para cada um deles entender melhor os movimentos”.

Existem duas maneiras principais de conduzir a aula. Uma delas é com o cadeirante deitado no chão. Nessa posição ele passa a imitar os gestos das posturas que o professor está fazendo em pé. A outra forma é utilizando a própria cadeira de rodas, mas ele deve estar preso a um cinto para não haver o risco de cair. Dos dois modos é importante, quando necessário, que o cadeirante conte com o auxílio de um acompanhante, o que o ajudará a executar todas as posturas. “O cadeirante pode ser movido por um colega, mas eu estou sempre supervisionando. É fundamental que o professor esteja muito atento a tudo que o aluno esteja fazendo e sentindo”, orienta MaFê, como é conhecida a professora.


Apesar de muitos professores criticarem o uso de acessórios, como cintos, blocos, cadeiras, cobertores e bancos, eles acabam sendo fundamentais. Para os cadeirantes, essa é uma maneira dele ganhar mais confiança na hora de fazer as posturas. “Em uma postura como o Virabhadrāsana, por exemplo, o aluno precisa se deslocar para a ponta da sua cadeira de rodas. E para não existir o risco dele cair, é colocado um cinto para segurá-lo. Assim, ele consegue flexionar o joelho da perna da frente e deixar a detrás estendida”, exemplifica MaFê. E o mesmo se aplica aos andantes, já que os limites de cada um varia. “Utilizar acessórios é uma maneira de democratizar o yoga. É sinal de inteligência e não de preguiça ou falta de capacidade. É sinal de que você quer aproveitar o melhor de cada postura”, completa.

E como o yoga é uma prática democrática, os benefícios que ele proporciona são praticamente os mesmos que os disponibilizados a todos. Por isso, andantes e cadeirantes observam uma diminuição das tensões do corpo, dos distúrbios do humor, como depressão e ansiedade, e com a constância chegam a sentir o benefício de uma mente pacificada, o que significa menos pensamentos por unidade de tempo.

Também vale destacar que a aula em grupo contribui para a socialização e a alteridade do cadeirante. Além disso, o yoga lhe oferece um repertório de movimentos novos, o que auxilia a prevenir a formação de coágulos sanguíneos, e os machucados na pele, pelo fato de parte do seu corpo estar ‘sempre’ na mesma posição. O movimento pode permitir o equilíbrio do tônus muscular, diminuindo a espasticidade - aumento do tônus muscular, no momento da contração, causado por uma condição neurológica anormal. Os músculos espásticos são mais resistentes à contração do que os músculos normais e também custam mais a se relaxar, permanecendo contraídos por um período de tempo mais longo do que os músculos normais.

Ao colocar em movimento as partes do seu corpo que estão paralisadas, o cadeirante começa a trabalhar de forma mais eficiente o seu organismo, mas essa percepção depende muito de sua sensibilidade. “Um corpo parado engessa a matriz nutricional que existe entre as células e por isso o metabolismo não consegue eliminar o ‘lixo’ produzido pelo nosso corpo, nem absorver os nutrientes. Quando você movimenta o seu corpo, a matriz entre as células amolece, o que permite que essas trocas sejam feitas. É isso que leva saúde para o nosso organismo, a partir do nível da célula”, detalha MaFê.

Na medida em que o cadeirante inclui a prática do yoga em sua rotina, ele passa a ter uma percepção mais refinada de si mesmo e da relação com o mundo ao seu redor. Cada pessoa, e isso não se restringe aos cadeirantes, tem um tempo para organizar a sua propriocepção. É uma tarefa delicada, que exige paciência. “Vão existir aulas boas e ruins, porque é um processo, no qual você precisa de um tempo para entender a organização interna do seu corpo. Você não vai à aula para julgar, ser julgado, nem copiar, nem fazer nada alucinadamente. Precisa primeiro sentir, entender, prestar atenção, antes de fazer”, finaliza Maria Fernanda.


Horários

Hatha Yoga para Deficientes blogado no UOL

A inclusão de alunos cadeirantes foi anotada no blog do Jairo Marques,
Assim como você.

Clique aqui, leia lá...

20091009

Agora


Perceber a contração e extensão dos músculos,
orientar e adequar essa tesão,
como afinar um instrumento de cordas.

Perceber o ponto certo da ação muscular,
(contair, estender, girar, permanecer)
agora,
é se fazer presente,
se tornar ao vivo.

É como fazer a nota em um instrumento musical 'destemperado'.

* Instrumento musical 'destemperado' são intrumentos onde a nota precisa ser encontrada, sentida, como ocorre na família dos instrumentos de corda dos cellos e violas e violinos. Os intrumentos temperados possuem as notas prontas (desde que devidamente afinados), ou mais fáceis de localizar como na família dos pianos, violões, guitarras, baixos trastejados.

20091007

Tambor


'Perder' a rigidez nos ombros, escápulas e pescoço está diretamente relacionado com aprender a destensionar as costelas, clavículas e externo, alem dos ombros, escápulas e pescoço.(Todas as partes juntas forma o relicário chamado caixa toráxica, muito mais gaiola flexível do que caixa.)
Tem a ver com perceber a pele sobre o externo suave, o externo desempinado (deixando de estar projetado para fora e para cima, feito o SuperHomem: para ao alto e avante!) e a pele entre as escápulas desamassada, delicadamente estendida.
Estender essas peles é estender a pele 'do' coração, é se inclinar a desarmar atitudes de prevenção, deixar de desejar o controle.

É feito se deixar aquecer (com os āsanas) para estender as peles, como se esquentam os tambores, na fogueira.
Precisa têmpera(tura) certa, para depois se fazer um barulhinho bom, ritmado e no tom certo.

Resultados:
Mais liberdade de ação,
menos gesso,
respiração ampla, livre,
coluna estendida,
sem pesar (os ombros),
sentimentos equilibrados,
propriocepção oportuna dos estados emotivos,
plenitude pra amar.

Claro, manter em foco que todo e qualquer movimento mobiliza os músculos de respirar, e portanto 'interfere' na mobilidade da gaiola toráxica.
Quanto mais liberdade de respirar, mais autonomia de se mover.
E vice-versa.

20091004

Síndrome do Pânico

O que é, perguntas e respostas, por um psiquiatra.


(você não enlouqueceu, o vídeo está com a imagem atrasada em relação ao som.)



A prática de Hatha Yoga pode ajudar conforme já mostrado pela declaração do Dr. Ricardo Monezi Julião de Oliveira, professor do curso de pós graduação em Medicina Comportamental, do departamento de Psicobiologia da UNFESP no post 'antigo' 'Pesquisa da UNIFESP sobre os benefícios do Yoga':

“O Yoga incentiva os praticantes a tomarem consciência de seu corpo e de suas tensões através de posturas físicas. Além disso, por focar o autoconhecimento, concentração e meditação, sua prática também pode contribuir para facilitar a autoconfiança e um sentimento pessoal de maior senso de controle e qualidade de vida”.

Isso!
Identificações das tensões e de seus reflexos no corpo, nas emoções e na mente (acelerações, excitações), para, depois da identificação, aprendermos o caminho de diminuir a excitação através dos āsanas/posturas. Passamos de estranhos a nós mesmo e por vezes, auto-sabotadores a nossos verdadeiros colaboradores.

Nos casos de patologias comportamentais, o professor de Hatha Yoga que conhece, pratica e divulga o Método Iyengar tem condição privilegiada de indicar uma ou mais āsanas/posturas que contribuirão em trazer a pessoa de volta à coordenação de suas funções mentais e psicofísicas.

Mas atenção, somente um médico competente pode receitar ou retirar os medicamentos. Praticar Hatha Yoga não exime de continuar com sua prescrição medicamentosa.

20091003

DYS - 1.2


yogash chitta vritti nirodhah

Yoga = jungir, união
Chitta = consciência; complexo ego-mente-intelecto
Vrtti
= modificação, ondulação, modo de conduta, flutuação
Nirodhah = cessação, supressão, contenção, restrição

'Muitos tradutores repetem o significado que a leitura literal desta frase parece sugerir: 'Yoga é a supressão da vida psico-mental'. Ou, 'Yoga é o controle das funções mentais'. Ou anda, 'Yoga é a obliteração das ondulações do pensamento'. No entanto, há um abismo enorme entre estas afirmações, que surgem da tradução direta daquelas quatro palavras, e o que realmente acontece com o psiquismo no estado de Yoga.(...)

Yoga é a cessação da [identificação com] as modificações da consciência'. Trocando em miúdos, isso significa que é necessário construir uma relação diferente com a mente, o ego e a inteligência, já que a identificação com aquilo que pensamos nos tira do estado natural de harmonia.' (Pedro Kupfer, leia tudo aqui.)

Leia mais aqui no blog
Leia mais em outro blog.

Já que segundo os neurologistas, parar de pensar é impossível, o encaminhamento produtivo se mostra ter consciência de nossas sensações, sentimentos e pensamentos, para poder lapidá-los:

Pesquisa da Unifesp sobre os benefícios do Yoga


Departamento de Comunicação e Marketing Institucional da UNIFESP

PESQUISA DA UNIFESP ENCONTRA MELHORA NOS NÍVEIS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO NOS PRATICANTES DE YOGA

O estudo verificou quase 70% de melhora no índice mínimo de depressão dos praticantes

Um trabalho realizado pela pesquisadora Thais Godoy, do Instituto de Medicina Comportamental do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) encontrou resultados que demonstraram que os efeitos da Yoga melhoram os sintomas do humor e da qualidade de vida dos praticantes. Isso inclui significante melhoria do estado de saúde e satisfação de vida dos participantes.

O estudo verificou a eficácia da prática do Yoga como um recurso terapêutico, que pode ser utilizado como terapia complementar por qualquer indivíduo ou ainda como importante recurso nos tratamentos psicológicos ou psiquiátricos, indicados para qualquer tipo de problema comportamental.

O desenvolvimento de um programa de Yoga em um ambiente empresarial, como o executado neste estudo, sugere também que ao melhorar a qualidade de vida dos funcionários melhora também a sua produtividade. “O Yoga incentiva os praticantes a tomarem consciência de seu corpo e de suas tensões através de posturas físicas. Além disso, por focar o autoconhecimento, concentração e meditação, sua prática também pode contribuir para facilitar a autoconfiança e um sentimento pessoal de maior senso de controle e qualidade de vida”, afirma Dr. Ricardo Monezi Julião de Oliveira, professor do curso de pós graduação em Medicina Comportamental, do departamento de Psicobiologia da UNFESP.

O cálculo da amostra foi realizado partindo de um projeto piloto contendo 15 indivíduos de um grupo experimental de uma empresa e 15 no grupo de controle (que não realizou a prática). Entre os diversos resultados obtidos, constatou-se que 68% dos indivíduos do grupo Yoga apresentavam índice mínimo de depressão, enquanto no grupo que não pratica apenas 39% apresentaram tal melhora. Outro dado importante foi o grau de ansiedade do grupo Yoga que apresentou grau mínimo de ansiedade (76%), sendo que os indivíduos do grupo de controle apresentaram apenas 7%.

Na comparação dos dois grupos (que praticam e os que não praticam), foram constados diferentes níveis de ansiedade antes e depois da inserção do Yoga em suas vidas. Só para se ter uma idéia, o grupo que pratica Yoga começou com 24% no nível mínimo, 52% no leve, 20% no moderado e 4% no grave. Ao final de três meses, o resultado foi de 19% no nível mínimo, 6% no leve e nenhuma pessoa mais nos níveis moderado e grave. Desta forma, concluiu-se claramente que o grau de ansiedade das pessoas diminuiu drasticamente após as práticas.

No item qualidade de vida que engloba questões relacionadas à satisfação com a vida e com a saúde, foi observada significativa melhora no final do programa, tanto para os praticantes como o integrantes do grupo que não praticaram Yoga.

Vale lembrar que a idade dos participantes variam de 20 a 45 anos de idade e a aplicação do programa com as técnicas de Yoga tiveram duração de três meses, com 50 minutos/aula para os praticantes, como para o grupo de controle, que serviu como parâmetro de comparação.

Questionários de avaliação clínica (qualidade de vida, depressão e ansiedade), com perguntas objetivas, foram interpretados por uma psicóloga da equipe de pesquisa. As técnicas de Yoga foram aplicadas em sequência estruturada, usando como referência, o Yoga Sutra de Patânjali, também conhecido como Ashtânga ou Oito Membros, onde se considera que os âsanas (postura físicas) são uma preparação para as técnicas meditativas e respiratórias, auxiliando na concentração e relaxamento ao final da prática.

Dados da OMS afirmam a importância de tratar o estresse

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse afeta hoje mais 90% da população mundial. Este fato preocupa a comunidade científica, uma vez que o estresse está associado à ocorrência de diversas doenças como patologias metabólicas, cardiovasculares, gastrointestinais, distúrbios do crescimento, câncer, depressão, distúrbios reprodutivos e doenças infecciosas.

As exigências da vida moderna, aliada às pressões e tensões do cotidiano profissional afetam a condição emocional, física e mental, interferindo na qualidade de vida, fazendo com que os indivíduos enfrentem crescentes problemas decorrentes do estresse moderno. Calcula-se que atualmente, o estresse atinge cerca de 60% dos executivos, sendo considerada a doença do século. Trata-se de um problema sócio –econômico que atinge pessoas ainda jovens, em idade produtiva e que geralmente ocupam cargos de responsabilidade, diminuindo sua capacidade produtiva e consequentemente gerando despesas diretas e indiretas.

Como a Yoga é um sistema filosófico-prático, que consiste em posturas físicas e respirações para harmonização do corpo e mente, e tendo evidências de que a execução regular dessa prática proporciona ao sujeito maior flexibilidade corporal, aumento da vitalidade, redução de pânico psicológico e redução de doenças cardiovasculares, o Yoga vem sendo uma das técnicas mais utilizadas para a diminuição dos efeitos nocivos do estresse.


20090928

Com que roupa eu vou?


Venha praticar com sua roupa usada, aquela que já está macia e tomou o jeito do seu corpo; aquela roupa onde seu corpo se sente em casa.

Lembre que calcinhas, coutiens, cuecas, meias também são roupas, leve em conta que estas peças do vestuário também se movem a favor ou contra você durante a prática e neste caso, geram desconforto. Meias que fogem também podem ser 'do contra'.

Leve em conta a estação do ano, o horário da prática e a eventual instabilidade do humor de São Pedro, para que o excesso ou a falta de indumentária não minem o resultado da sua prática.

20090927

Outra moça de sari vermelho



(...)
Apareceu então uma jovem morena, vestida de vermelho, com grandes brincos. Os dois deuses, agachados no chão, observavam-na. Então Brahmā falou: “Mrtyu, Morte, venha cá. Deve rodar o mundo. Deve matar minhas criaturas, os sábios e os tolos. Deve obedecer apenas a uma regra: que não haja exceção”. A moça olhava o deus em silêncio, enquanto atormentava com os dedos uma guirlanda de lótus. Depois disse:” Pai, por que me escolheu para fazer aquilo que é contra todas as leis? E por que deverei fazer apenas isso? Eu queimarei sobre uma perene pira de lágrimas”. Brahmā disse:” Não tergiverser. Você é sem mácula e impecável é o seu corpo. Vá...”. Morte continuou silenciosa diante de Brahmā, enquanto suas costas lentamente se curvavam.


Morte era teimosa e não aceitou logo a ordem de Brahmā. Em Dhenuka, cercada por ascetas que já devia ter exterminado ficou sobre um só pé durante quinze milhões de anos. Ninguém lhe falava. Era uma das tantas que ali se retiravam. Mrtyu meditava, perplexa.

Brahmā convocou-a ao dever. Mas Morte apenas mudou o pé sobre o qual se apoiava — e assim continuou a meditar por mais vinte milhões de anos. Por alguns outros milhões de anos viveu depois com os animais selvagens, comeu apenas ar, mergulhou nas águas. Depois, sobre o monte Meru, jazeu longamente como um tronco. Passaram-se outros milhões de anos. Brahmā foi visitá-la: "Minha filha, o que acontece agora? Consumir poucos átimos ou alguns milhares de anos não muda nada. Um dia sempre acabaremos nos encontrando. E eu repetirei: ‘Faça o seu dever’ ". Como se não se tivessem passado aqueles milhões de anos e estivesse retomando o diálogo com o pai depois de uma pausa, Mrtyu disse: "Tenho medo de ir contra a lei". "Não tema", disse Brahmā, "nenhum juiz jamais conseguirá ser tão imparcial quanto você. E nem é o caso de você chorar tanto, como a vi chorando: suas lágrimas abrirão chagas nos corpos que deve exterminar. Melhor matar sem muita demora." Então Morte baixou o olhar e em silêncio percorreu o mundo. Tentava manter os cílios enxutos, como último sinal de benevolência com as criaturas que abatia.
(...)

Roberto Calasso, em 'KA'

20090926

Questão de Pele



Bem, é mais um manifesto do que uma recomendação.

Percebo que muitas vezes, a escolha das roupas utilizadas para a prática de Yoga (ou de outras atividades corporais/dançantes) pelas mulheres envolve um quê de se anestesiar, de privar-se parcialmente da sensibilidade que todos os terminais nervosos que existem nas 3 dimensões da pele: roupas justas, até mesmo apertadas, respaldadas pela tecnologia têxtil dos tecidos com elastano e uma certa mnemônica do espartilho.

[Empacotadas à vácuo, feito carne no freezer do hipermercado.
Ou uma outra (a)versão da mulher plástica = de plástico.

O velho hábito de desfazer em tiras o corpo feminino, tiras frouxas e tiras estranguladoras, as muitas formas da impotência.]

Eu sou fã dos tecidos inteligentes, com fibras que permitem a respiração e transpiração, com elasticidade e leveza, porém, preservo sempre um espaço entre minha pele e o 'pano', escolho as roupas a dedo, para que eu tenha conforto para o movimento e para me deixar envolver sem sufocar.

No momento de escolher o que vai envolver seu corpo, seu instrumento de percepção ao praticar, preste atenção se você se dá a escolha de manter a pele sensível, a circulaçao livre, a respiração à vontade da pele que se (in)veste em direção à veste que reveste a pele.

20090923

Eco-bag = Furoshiki



Está na moda sacola de pano.
Aprenda com a tradição japonesa a fazer a sua com um quadrado de tecido.
O mesmo quadrado pode ser o embrulho do presente, se escolher um lenço lindo, são dois presentes em um.

(Hummm, aquele lenço que está no pescoço pode te salvar de ser indelicada e ecologicamente incorreta.)

De quebra, pode te ajudar a ficar no presente, que pra fazer as embalagens tem de prestar atenção, e quem presta atenção está no agora (Atha!).









Aprenda a fazer o nó, passo a passo, no Superzíper:



Sacolinha de 'prástico' nunca mais!

20090922

Apr(e)ender e ensinar


É um texto que versa sobre o ensinar do Flamenco.
(Que eu tenho o defeito de me deixar cativar pela cultura dos outros,
e tenho o coração que dividido em três culturas:
a minha de nascida,
do Yoga
e a do Flamenco.
Uma veio do berço,
outra no susto do desvelar uma aptidão inata,
e a última pelo encanto de olhar, ver e me permitir permear.)

Aprender e ensinar.
Ensinar bem, forjar-se Mestre não difere de uma Arte para outra, os princípios, o que se deve observar, incorporar, praticar são sempre os mesmos, além do espaço e do tempo, feito Yamas e Niyamas.

'
Muchas veces la circunstancia de enseñar una disciplina nos cae como muchas cosas en la vida, sin planificación alguna. Simplemente la actividad surge como consecuencia de ser el único disponible o para hacerle un favor a un amigo, o porque te lo pide tu maestro, en vista de probablemente ser el más aventajado de la clase y además disponer del tiempo.(...)

Enseñar es una aventura que nunca termina y que catapulta nuestra propia percepción del arte a otros niveles, y en nuestros países enseñar se transforma en una odisea, comparable a ésos esfuerzos que tan bien narran las historias épicas que han cautivado a los seres humanos de todas las épocas.

Cada uno de nosotros, los que nos hemos dedicado a la enseñanza, seguramente hemos confrontado los mismos problemas, que trataré de exponer sin priorizar. Seguramente omitiré muchos. Para cada quien, la importancia de cada uno de estos aspectos que trataremos es tan relativa como cuánto les haya costado solventar cada obstáculo. Algunos de ellos a veces nunca serán vencidos, pero eso es lo que diferencia a los maestros de los instructores. Los primeros siempre serán evocados, recordados y respetados. De los últimos solo podremos sacar alguna información para utilizar en algún momento, o lo que es peor, no podremos obtener nada.

(...)

Muchos excelentes intérpretes resultan ser pésimos maestros y viceversa. Esto es paradójico pero muy real. El arte de enseñar o mejor dicho, la habilidad de hacerse entender puede oponerse abiertamente a nuestra percepción del flamenco como intérpretes. Enseñar requiere racionalizar el arte y balancear alma y genio con cabeza y método; y no todos están dispuestos a ése sacrificio. Pero yo les aseguro que nada vale ir a un aula a demostrar nuestra “genialidad” si no sabemos llegarle al alumno.

(...)

Tenemos que entender que enseñar no significa crear copias de nosotros mismos.
'

20090917

A vida do professor de Yoga

'Qual a importância para um professor de yoga de conhecer a Índia?

Nenhuma. Um professor de yoga pode ser um óptimo professor sem nunca ter pisado a Índia. Um exemplo disso é Georg Feuerstein que foi pela primeira vez à Índia há dois anos atrás e, no entanto, escreveu mais de 30 livros sobre yoga.

Existe aquela ideia de que ir à Índia funciona como uma pós-graduação. Pela ordem: eu sou um praticante dedicado, depois torno-me vegetariano, depois faço uma formação, dou aulas de yoga e faço uma viagem de estudos à Índia. Uma viagem de estudos pode ser feita para qualquer lugar. O conhecimento está onde estiver o professor, não necessariamente na Índia, principalmente nestes tempos globalizados em que vivemos. A Índia em si não tem o yoga, o yoga está na Índia como em muitos outros lugares.

Como hoje em dia existe aquela popularização massiva do yoga no Ocidente, muita gente viaja para a Índia em busca do yoga, tendo lá surgido uma nova geração de professores ambiciosos que não são honestos e que querem enganar estas pessoas. Quando fui à Índia pela primeira vez tive dificuldade em arranjar bons professores.

Algum tempo depois, fiquei com dúvidas e decidi voltar para lá para reaprender tudo o que sabia, porque algumas coisas percebia que estavam equivocadas, para me reprogramar com alguém que me corrigisse tudo. No primeiro dia encontrei logo aquele que seria o meu professor, hoje em dia não é tão fácil. Recebo muitos emails de pessoas que dizem que vão para a Índia sem expectativas, de mente aberta, à espera que algo de mágico aconteça, mas geralmente, se a pessoa não prepara a viagem frustra-se. A Índia dos livros de fotografia não é a Índia, mas um pequeno ângulo dela.

Hoje em dia, os professores que se encontram na rua e que oferecem aulas de yoga ou sámadhi instantâneo, em 90% dos casos querem enganar as pessoas. Há menos de 10% de chance de encontrar um professor bom e honesto. O facto de estar na Índia não ensina yoga a ninguém. Pode ser uma experiência de vida, uma experiência gastronómica, musical, mas se o objectivo for yoga é necessário preparar-se antes, pesquisar, interrogar, pedir conselhos...'



Entrevista concedida à professora de Yoga e jornalista Ana Sereno, em de Agosto de 2008, em Portugal. Leia tudo clicando aqui.

20090915

Pensar, prestar atenção, sentir, imaginar, intuir


Pensar costuma ser algo circular, algo como uma ratoeira, os pensamentos costumam se repetir e/ou acelerar, e assim o ato de pensar corriqueiramente, como aprendemos a executar desde 'sempre' nos faz ficar 'doente do pé' e desfocados das estrelas.

Quando praticamos Iyengar cedo somos instigados a desenvolver a capacidade de realizar ações internas, que são gestos onde a imaginação tem um papel importante; uma ação interna nem sempre é visível, porém sempre se torna sensível. E a sensação, atiçada a partir da imaginação ou perceptível a partir da pele, se torna foco de atenção. Vamos aprendendo a prestar atenção e a sentir, vamos revirando o terreno do imaginário.

Esse contínuo exercitar nos faz aos poucos perceber que estamos nos tornando mais concentrados, e nos faz perceber uma faculdade humana sutil conhecida como intuição.

Concentração e intuição, juntas e firmes, nos levam em direção ao Infinito.


Tsc... Infinito é tudo do Escher.

20090817

Mente e Cérebro, no ocidente - Ansiedade



No Ocidente, a mente é um produto do cérebro.

Até há bem pouco tempo, se acreditava que todas as células nervosas estavam restritas ao sistema nervoso [central(= cérebro ou encéfalo + medula espinhal) + periférico (= nervos cranianos e raquidianos)].

As pesquisas recentes demonstram que células nervosas também podem ser encontradas nos intestinos (responsáveis pela produção majoritária da serotonina no organismo humano), e no plexo cardíaco. O que pode, no futuro, comprovar cientificamente a existência de uma inteligência corporal, que chamamos comumente de intuição.

A mente, segundo a concepção científica ocidental é um produto do encéfalo/cérebro influenciada por fatores genéticos (os genes que recebemos de nossos pais), do meio (alimentação, fatores ambientais) e de educação/condicionamento.

A mente 'gosta' de manter padrões de comportamento.

Quando algo escapa, foge do padrão, a mente tende a enxergar essa mudança como uma ameaça e se acelera, gerando um padrão que é refletido em todo o corpo como um mecanismo de atacar ou fugir. Como geralmente a ameaça é irreal, ou estamos presos à condicionamentos sociais que nos impedem de ir às vias de fato, não há oportunidade de fazer uso da preparação do corpo para lutar ou fugir e ficamos com o corpo cheio de todos os neurotransmissores e (neuro)hormônios aceleradores.

A ativação constante desse mecanismo de ataque ou fuga mantém o organismo inundado de substâncias aceleradoras e pode levar a um estado permanente de ansiedade(= medo 'pequenininho').

20090726

A história das coisas



Consumição?
Siga o fio que une seu dinheiro à origem das coisas, segundo a contação de estória de Annie Leonard, uma pessoa que se liga no meio ambiente e se pergunta como?

20090722

Gripe suína ( e outros bichos)



Tivemos um caso de óbito de gripe suína na cidade.

Se você está se sentindo bem, venha praticar.
Ao chegar no estúdio, mesmo que venha da sua casa, procure lavar as mãos.

Uma das maneiras de se escapar do grupo de risco é manter o sistema imunológico equilibrado, o que conseguimos com a prática regular do Hatha Yoga, porém caso sinta febre, não pratique em hipótese alguma.

Vale lembrar enfaticamente, para todo e qualquer caso de doença:

Não se auto-medique!
Não faça 'prevenção' tomando remédio por conta própria e por antecipação para não ficar doente!


Auto-medicação, além de causar efeitos colaterais danosos no organismo humano, pode favorecer o surgimento de novas linhagens de vírus (neste caso, ou bactérias) resistentes à medicação.

Não há dados reais sobre a letalidade da Influenza H1N1, portanto qualquer previsão, progressão, qualquer dado é obtido por hipótese através de modelos matemáticos, de projeções estatísticas.
Não há razão para alarme, apenas devemos ter cuidado e nos observarmos atentamente (atitude que deveríamos ter o tempo todo, não somente em período de epidemia ou pandemia.)

Sintomas:
febre acima de 38ºC, acompanhada de tosse, coriza, dores musculares e articulares, dor de cabeça, falta de apetite e também náuseas, vômito e diarréia.
E falta de ar e desconforto respiratório.

Prevenção:

  • lave as mãos constantemente, com água e sabão e se possível até o meio do antebraço (região entre os pulsos e os cotovelos) sempre que chegar ou sair de algum ambiente ou após contato com outras pessoas;
  • nunca divida utensílios: pratos, copos e talheres não devem ser compartilhados, ainda que em família (marido, esposa, filhos). Fora de casa, use utensílios descartáveis; no trabalho pode-se manter canecas ou copos 'permanentes', de uso absolutamente pessoal e higienizados constantemente.
  • cubra boca e nariz ao espirrar ou tossir. Evite colocar as mãos nos olhos e boca: levar as mãos ao rosto é a forma mais simples de contágio. Quando espirrar, use um lenço de papel, que você pode jogar fora depois;
  • evitar aglomerações;
  • manter os ambientes arejados, mesmo durante o clima frio


  • Se apresentar sintomas, procure o médico da unidade de saúde mais próxima, do posto de saúde, do programa de saúde da família, do convênio ou o seu particular para o diagnóstico/prognóstico, e não os hospitais.

    As pessoas que tem maior probabilidade de manifestar a gripe apresentam o sistema imunológico baixo ou deficiente: crianças menores de 2 anos, idosos, gestantes, diabéticos, hipertensos, pessoas em tratamento de câncer e AIDS/SIDA, transplantados. Fumantes também fazem parte do grupo de risco.

    O ministro Temporão fala sobre a gripe:

    20090720

    A luz dos olhos dos outros

    Praticar com um ou dois amigos, pode ser uma boa alternativa para desenvolver o hábito de ter uma prática pessoal.

    É importante que haja entre todos os participantes do grupo um firme propósito de manter a prática do dia-a-dia viva, presente e funcional, pois caso contrário ao invés de fazer os aasanas acabamos exercitando somente uma parte do corpo: a língua, e apenas a função da 'mente' popularmente conhecida como ‘fofoca’.

    Reservar um local onde todos possam compartilhar o mesmo espaço físico ao mesmo tempo e manter a pontualidade são fatores importantes para o sucesso dessa empreitada.

    Um ou dois amigos podem ajudar a manter a coesão do grupo, estimulando os outros participantes na manutenção da prática e evitado que a preguiça ocupe espaço.

    Além disso, quando temos um parceiro ou dois, este(s) pode(m) nos ajudar nas correções assim como nós podemos ajudar a corrigi-lo(s) e dessa forma, todos tem a oportunidade de aprender observando um outro corpo e de exercitar a capacidade de perceber o arranjo corporal do(s) outro(s) e desenvolver a habilidade de comunicar para outras pessoas as ações externas e internas que percebe em si mesmo.

    Com parceiros temos oportunidade de praticar os aasanas em dupla ou em trio, o que nos oferece uma outra perspectiva sensorial, outra camada foco ou camada de percepção.

    20090719

    Shivaratri



    Amanhã (20/07) é vespera de lua nova = Shivaratri

    Espaço & tempo de se observar:
    o fio do tempo da sua prática,
    o espaço interno (articular, emocional, mental),
    a extensão da musculatura,
    da estatura (física e moral)

    Saboreie.

    + Shivaratri

    20090714

    Espelho, espelho meu – Imagem e mensagem


    Ou melhor, luz nos próprios olhos.

    Quando praticamos sozinhos, estamos afinando a propriocepção.
    Temos a oportunidade clara de nos corrigirmos, de irmos fundo nos nossos pontos nevrálgicos, de encararmos nossas dificuldades sem disfarces.
    Para tanto, necessitamos de olhar e ver, literalmente.

    Nas várias edições do livro ‘Light on Yoga’ (‘Luz da Yoga’- Edição resumida- Pensamento, entre outras) Iyengar recomenda que façamos os aasanas diante de um espelho cuja base está rente ao chão e perpendicular ao mesmo. Cabe lembrar que a primeira edição desse livro foi publicada no ano em que eu nasci, 1966, o que só lhe acrescenta méritos, a exemplificar as sequências de prescrições para distúrbios de saúde que se mantém ao longo de todo esse tempo.

    Hoje, podemos contar com a popularização das tecnologias relacionadas com captação&exibição de som&imagem digitais.

    A maior parte das pessoas possui câmeras digitais com cartões de memória com espaço suficiente para gravar um filme.
    Esse recurso pode ser utilizado no aprimoramento da nossa propriocepção e por consequência, no aperfeiçoamento dos aasanas.

    Podemos filmar toda uma sequência de aasanas, e depois analisar nosso desempenho, observar se as nossas referências sensoriais internas (por exemplo: o quanto sentíamos nossa coluna alinhada ou a que distância percebíamos uma certa parte do corpo de outra) estavam compatíveis com o que o podemos ver na tela de exibição (da câmera, do computador, da TV). Este processo requer concentração e memória, durante a prática, para que, depois, possamos nos lembrar das sensações que tivemos durante a prática, quando estamos nos assistindo em ação.

    Outra forma de utilizarmos as tecnologias de captação&exibição de imagem&som digitais é quando além da câmera dispomos de um aparelho de vídeo ou DVD ou TV com entrada para cabo de áudio&vídeo; mais prático se o aparelho que vai disponibilizar a imagem possuir entrada extra, em geral frontal, para cabos de áudio&vídeo. Ou ainda, o conjunto câmera&tela do laptop ou microcomputador/PC.

    Dessa forma, o conjunto câmera digital&aparelho de exibição de imagem (TV, Vídeo ou DVD) funciona como um olho eletrônico: podemos nos observar na tela durante a prática, lembrando que geralmente a imagem mostrada é ‘invertida’, quando comparada com a imagem vista pelo espelho.

    20090707

    Guru Purnima



    Guru Purnima é o dia que aquele(a) que aprende (re)anima seu propósito e expressa a sua gratidão a quem tem função de luminar, quem se faz lucero.

    A intenção de quem se coloca como aprendedor em celebrar o Guru Purnima (ou Poornima) está em analisar o histórico da prática do ano precedente e registar o desenvolvimento que atingiu na sua vida através da transmissão em 'carne viva', ou através das várias mídias humanas ( textos em papel ou bits, registros sonoros, áudio-visuais, etc..), para renovar sua determinação e focalizar no progresso do seu Sadhana. Nesse dia, o Guru é reverenciado, lembrando sua vida e seus ensinamentos e a qualidade da sua influência no encaminhamento do discípulo.

    O Guru Purnima é celebrado na ocasião da lua cheia no mês de Ashad, de acordo com o calendário lunar hindu, normalmente acontecendo em Julho acada ano. A lua cheia deste mês é considerada a mais brilhante do ano todo. (Esse ano demos 'sorte', um céu limpíssimo e maravilhosamente escandaloso, verdadeiro veludo azul noite, pontilhado de estrelas!)

    Segundo a tradição hindu, o Guru Purnima foi celebrado pela primeira vez em honra a Vyasa, por seus discípulos, reverenciando sua extensa obra.

    Embora 'Vyasa' signifique organizador e seja título de vários sábios lendários, e embora os Vedas tenham sido organizados muitas vezes, é atribuído à Vyasa, também chamado de Krishna Dvaipaayana e filho do vidente Paraashara e de Satyavati, a organização:
    • dos quatro Vedas,
    • do Mahabharata,
    • dos 38 Puranas,
    • do Bhagavad-Gitaa, entre outras obras.
    Ele também é tido como o autor do mais antigo cometário sobre o Yoga Sutra de Patanjali, chamado 'Yoga Bhaashya'.

    No Guru Purnima, eu re(a)cordo todos os professores que tive, os graciosos, cujo olhar é generoso e o coração aceita toda a gente, que me perfumaram de sabedoria e iluminaram minha consciência e me envolveram no manto terno do AMORRR/Ágape/Prema e também os que me ensinaram através da escuridão, da lente do pré-juízo, do gesso do pré-conceito, da fala falaciosa, pela falta de tato, ou de trato.

    Agradeço a generosidade dos praticantes de Yoga, blogueiros ou não, que disponibilizam informação e comentários em sites, blog, e vídeos espalhados na rede; agradeço a disponibilidade de escritores, compiladores, comentadores, tradutores e editores que prestigiam as publicações que tem o Yoga como foco.

    20090706

    There’s no place like hOMe : Prática Pessoal X Prática Assistida


    Praticar em casa, consigo mesmo, permite uma experiência diversa da prática no coletivo ou individual assistida por um(a) professor(a) ou instrutor(a).

    Permite que você afie a memória do corpo no momento de construir os aasanas, pois a memória do bem (smriti) espalhada nas suas células, em especial nas neuro-motoras vai buscar recordar todas as ações externas e internas necessárias para a plenitude de consciência corporal possível para seu nível de prática. (Lembrando: quem tem mais ‘horas de vôo’ ou um histórico de prática mais constante e mais longo consegue sustentar mais ações e ampliar a percepção do corpo-emoção-mente-consciência.) Essa busca mais intensa melhora a prontidão em executar essas ações e em absorver as novas sensações que forem propostas.

    Permite que você experimente as ações sugeridas durante as práticas assistidas com a intensidade e a duração adequadas ao estado em que seu ser (corpo-emoção-mente-consciência) se encontra no momento de sua prática. Também permite que você explore suas sensações e você pode (re)conhecer sensações, ações externas e internas diversas das que são mencionadas em sala de prática/aula. Bacana se você compartilhar seu repertório de sensações em sala, quer durante a prática convencional, quer no Lab Hatha, quer numa conversa antes ou depois das práticas.

    Praticar consigo mesmo permite que você desenvolva uma escuta interna mais precisa e constante, permite intuir qual a sequência de aasanas que é precisa agora, permite que você realmente se ame e se aceite como é, permite que você se veja sem as máscaras dos papéis que desempenhamos na vida e trace uma jornada segura para que você se torne mais parecido(a) com quem você realmente é.

    Pratique!

    20090701

    Vertigem



    Por vezes, recebo alunos que se queixam de tonturas e se julgam portadores de labirintite. Alguns destes alunos inclusive deixam o curso de Hatha Yoga para ‘tratar do labirinto’ segundo a ortodoxia medicamentosa da medicina alopática.

    Labirintite é uma enfermidade de rara ocorrência, caracterizada por uma infecção ou inflamação no labirinto. O termo é utilizado de forma equivocada para designar todas as doenças do labirinto.

    No mais das vezes, os sintomas de labirintite são causados pelo alinhamento inadequado das vértebras do pescoço (veja/leia um estudo de caso de tontura cervical) que provoca a compressão da artéria vertebral, quer devido ao mau posicionamento das vértebras entre si, quer devido ao encurtamento da musculatura ou a tensão muscular na região do pescoço, ombros e articulação temporo-mandibular, quer devido à presença de processos degenerativos nas vértebras cervicais (bico de papagaio, hérnia de disco) que restringem o espaço reservado à artéria. O estresse também pode provocar sintomas de doenças de labirinto, bem como um sistema imunológico enfraquecido ou sensibilizado por medicação forte, por alimentação inadequada ou por períodos longos de doença.

    O Hatha Yoga pode ajudar a corrigir os sintomas de doenças do labirinto cuja manifestação está relacionada com falta de espaço articular, estresse ou sistema imunológico ‘cansado’.

    Leia mais sobre doenças do labirinto.
    Vertigem - 200 dúvidas a respeito, tais como:


    8. O que é labirintite?

    O termo correto é labirintopatia, que é a afecção determinada por comprometimento do ouvido interno (labirinto). Labirintite seria a inflamação do labirinto, que é uma condição rara.


    18. Um trauma no pescoço pode causar “labirintite”?

    Sim, trata-se da chamada síndrome cervical, que se manifesta com dores na nuca, limitação dos movimentos do pescoço, formigamento nas mãos e sem dúvida o quadro de tontura. Pode ser decorrente da chamada síndrome da chicotada (whiplash injury) quando a cabeça faz um movimento rápido como um chicote, inflamatória, osteoartrites.


    59. Quando viro rapidamente a cabeça ficou com tontura, qual o motivo?

    Este tipo de sintoma, tontura ao virar rapidamente a cabeça, é muito comum na espondiloartrose cervial, (degeneração da coluna cervical, osteofitose marginal = “bico de papagaio” no jargão popular). A confirmação diagnóstica se faz com radiografia da coluna cervical e ecodoppler vascular das artérias vertebrais. Este quadro constitue a tontura cervical.


    60. O que é tontura ou labirintopatia cervical?

    A tontura cervical é causada pela compressão da artéria vertebral por osteófitos (popularmente, bicos de papagaio). Dessa compressão resulta a diminuição do fluxo sangüíneo para o tronco cerebral, e disso a vertigem rotatória. O diagnóstico é feito por radiografia da coluna cervical, ecodoppler arterial das artérias vertebrais e artériografia vertebral. O tratamento poderá ser conservador com fisioterapia ou cirúrgico com remoção dos osteofitos.

    20090630

    There’s no place like hOMe : tempo


    O tempo é um outro fator que deve ser foco de atenção para a vivência da prática pessoal.

    Deve ter uma duração compatível com todas as atividades da sua vida, para que a ‘falta’ de tempo não se torne uma justificativa para que a prática pessoal deixe de acontecer todos os dias. É claro que vão haver os imprevistos (a vida é feita deles!), e é interessante que haja espaço na vida para que ao imprevistos aconteçam, e que mesmo assim, a prática continue a existir em todos os dias.

    É interessante que a prática pessoal seja realizada todos os dias, se isso for impossível, que o intervalo entre uma prática e outra seja o mínimo necessário. Também parece interessante manter o mesmo horário para praticar. A constância em praticar, a regularidade do horário cria no Corpo (daqui pra frente, Corpo = corpo-emoção-mente-consciência) uma espécie de predisposição em manter a prática que com repetição periódica se torna uma necessidade, uma pulsão do bem, pois o Corpo sabe que vai ficar melhor depois que a prática for feita.

    Não importa quanto tempo você consegue reservar agora para praticar. Se conseguir tempo para praticar um (1) aasana, faça isso [lembre sempre: chegue com todos os seus corpos para praticar, por isso pare, assente, respire; pratique o(s) aasana(s); faça ao menos 3 minutos de Shavaasana). A soma de todos os períodos de prática com constância e concentração, mesmo que sejam curtos provoca um incremento na percepção e execução as ações internas e externas e também propicia que cada vez mais ações internas e externas sejam sustentadas conscientemente ao mesmo tempo, colaborando para a construção de um corpo holográfico, um corpo vivificado e presente.

    Pratique!

    20090628

    Ilumine-se




    Uma animação interessante da interação de Shakti, a energia feminina que tudo anima,
    a energia que diferencia Shiva de shava, através dos cakras/centros nervosos ao longo da coluna vertebral.

    Ilumine-se!

    Fonte
    Clique em Downloads

    20090624

    There’s no place like hOMe : definindo o local para praticar em casa


    Como escolher o espaço físico (lugar) para sua prática pessoal?

    O local de prática tem as seguintes características:
    • Área: cerca de 2,10m X 1,10m, com uma parede disponível.
    • Limpo e organizado, 'reservado'.
    • Com temperatura agradável.
    • Luminoso e arejado.

    Necessário é um espaço um pouco maior que seu tapete de prática, um espaço onde se possa ficar deitado com os braços além da cabeça, onde se possa deitar e girar para fora a perna toda, estendida e perpendicular ao corpo.

    Aqui em casa tenho dois espaços de prática, por enquanto.
    Um é na sala, onde posso rolar pelo chão, outro é no meu quarto, que atende às condições acima.

    O local deve ser mantido limpo, na hora da prática deixe todos os acessórios ao seu alcance, para não ter de sair do bem bom da prática à cata do cinto, do bloco, do almofadão ou do cobertor que você deixou de fora. Eu costumo guardar meus acessórios todos juntos e levo para o cômodo da casa onde vou praticar, no momento em que vou praticar. Dessa forma fica tudo organizado, não atrapalho o cotidiano da pessoa com quem divido a casa (e a vida) e eu não levo um tempão para encontrar o que necessito, não procastino a prática quer por disperdiçar tempo na busca do acessório perdido, quer por desanimar em encontra-lo.

    Seu local de prática pode ter características que auxiliem o seu melhor desempenho: presença de cores vivas ou refrescantes, conforme sua preferência; pode ter objetos (fotos, imagens, desenhos) relacionados com sua devoção ou com os símbolos do Yoga, tudo como fonte de foco e não como semente para a distração.

    Não tenho nada que demarque meus locais de prática, por escolha pessoal (eu já sou uma pessoa ‘totêmica’: o que tenho é minha cara, meu jeito, totem) e por ter intensa facilidade em manter a concentração, a atitude reverente e devotada em relação ao Yoga e no motivo de estar sobre meu tapete.

    Um local claro e fresco, pode ter uma janela com vista interessante, mas que não distraia, que não exponha à curiosidade da vizinhança e ao sol direto durante o horário de prática.

    Não deve ser tórrido no calor, nem gelado no frio.
    Caso vá praticar à noite, verifique se as luzes são agradáveis.
    Uso iluminação indireta, de noite, para não ter luzes estourando na minha cara.
    Para algumas pessoas, luzes fortes nos olhos servem como fator de desorientação e que podem levar ao desequilíbrio nas posturas em pé.

    Por raras vezes, uso um aroma no ambiente ou música.
    Nestas ocasiões, prefiro óleos essenciais em difusores aos incensos, cuja fumaça por vezes mais me atrapalha que ajuda na hora de praticar.
    Se usar um difusor ‘à vela’ tome cuidado coloca-lo num local seguro.

    Pratique!