20110628

Pescado: Prática e desapego


 
O espetáculo das virtudes que se nutre da atenção plena ( o cara está atento no presente) e relaxamento na ação ( ele move apenas os músculos essenciais com o tônus necessário e mantém a respiração estável, serena e profunda).

Via Rosana Hermann

20110624

Qualidade do movimento?

Desde a revolução industrial, mais especificamente, desde o advendo das linhas de montagem, o ser humano vem perdendo paulatinamente o repertório de movimentos. Deixamos de caminhar para usar automóveis (até para ir à padaria na esquina), temos controle remoto para tudo, fazemos praticamente tudo sentados, repetindo, repetindo, nos repetindo. A cada momento ficamos mais empobrecidos, com uma variedade e amplitude menor de movimentos. Menos movimentos, menos saúde, menos criatividade, menos afetividade, menos 'felicidade'.

Nossos movimentos se relacionam diretamente com nossa inteligência e nossa capacidade de exprimir afetividade. Um repertório menor de movimentos é um vocabulário menor de movimentos, não produz uma expressão clara, assim como um vocabulário menor de palavras não produz fala clara.

O fator que nos torna mais criativos é a consciência, que também vem pelo movimento. Quando o movimento acontece e é causado e percebido por quem faz, ou seja, quando a pessoa identifica o início, o meio e o fim do movimento, quando a pessoa também percebe o caminho do movimento no corpo, ele se torna parte do repertório experimentado da pessoa. O movimento 'provocado' pelo automatismo, pelo instrumento, causa o movimento pontual, sem memória no corpo e produz um registro muito débil na memória do corpo. A pessoa pode até ganhar musculatura, porém continua pobre em consciência corporal ( e por isso perda e graça quando se move, adquire movimentos robotizados.)

20110622

Qualidade do Movimento


O aasana/ a postura quando feito com atenção plena na qualidade do movimento produz de modo rápido, eficaz e durável modificações profundas no corpo( beleza estética e saúde), na harmonia das emoções, no foco dos pensamentos.

A qualidade do movimento no aasana requer o sequenciamento correto dos movimentos (ações externas, que são visíveis, como por exemplo: flexionar o joelho direito) e das atitudes (ações internas, que não são visíveis ou são provocadas pelo uso direcionado e coerente da imaginação, como por exemplo: desamassar as pálpebras).

Sequenciar corretamente o movimento requer:
  • prática constante de quem ensina, para que as ações estejam sempre frescas no corpo e na memória;
  • identificação da organização corporal atual do aluno;
  • expressão da ordem correta dos movimentos e das atitudes para cada aluno, respeitando sua estruturação corporal e respiração atual, fazendo uso inteligente dos acessórios pelo tempo necessário.
Atualmente, é importante o correto sequenciamento das ações externas e internas devido ao empobrecimento do repertório dos movimentos que vem acontecendo desde a revolução industrial, e tem se intensificado muito na atualidade com o uso dos botões de controle remoto, pelo tempo que passamos sentados em cadeiras, em bancos de automóveis.

Fala e entende melhor quem lê, e escreve;de maneira análoga, se comunica melhor quem tem consciência da totalidade dos movimentos que faz, quem possui um vasto conhecimento de seus gestos e quem coordena os significados dos movimentos.

Pescado: Trabalhando com as dificuldades

Ilustração: Eva Uviedo

(Sarah Doering, in acessoaoinsight)

Agora, o que vou dizer sobre trabalhar com a raiva se aplica a qualquer emoção aflitiva. Portanto, se a raiva não for a sua principal preocupação no momento, mas o desejo ou o medo, ou a inveja, ou alguma outra coisa, por favor, preste atenção com cuidado, pois as mesmas palavras são aplicáveis.
Se você estiver sentado e de repente acordar para o fato de que está com raiva, com muita raiva – dê um passo para fora da estória que está se desenrolando na sua mente. Deixe de lado o pensar. Faça uma pausa e permaneça com a sensação de raiva, não importa quão desconfortável ela for. A sensação poderá ser de total repugnância, uma massa confusa, pesada, quente e que queima. Cada emoção possui o seu toque particular e quando ela assume o comando, parece ser uma entidade sólida, substancial, que não tem fim.
Na verdade, a raiva não é sólida, mas uma combinação de diferentes componentes: pensamentos, que fazem a estória ficar dando voltas; um toque emocional em particular; e numerosas sensações corporais. E tudo isso, assim como a própria raiva, é transitório. Surge e desaparece, surge e desaparece.
Tente deixar de lado os pensamentos. Abandone a estória que está se desenrolando na mente: “Ele fez isso, ela disse aquilo, isso não é justo ...”. Esses pensamentos são a expressão da raiva e também o seu alimento Abandone-os e traga a atenção para as sensações no corpo. Permita-se sentir, sinta completamente a emoção, diretamente. Olhe para ver o que está acontecendo. Há calor, há pressão, há tensão, há contração? Onde no corpo estão sendo experimentadas essas sensações? Elas se movem? Elas mudam? Qual a sua relação com elas? Há resistência contra elas? Se houver resistência, permaneça com ela e sinta-a.
Se o pensamento for tão forte que fica puxando-o de volta para a estória, faça uma pequena anotação mental “pensando”, “pensando”. A anotação mental mantém viva a atenção plena e é um cordão de sanidade. Ela nos recorda do que na verdade está acontecendo exatamente neste momento – que, muito simplesmente, são pensamentos enraivecidos surgindo na mente.
Quando a raiva for forte e custar muito trabalho permanecer no presente, respire fundo algumas vezes, respire através da raiva e depois regresse para as sensações no corpo quando puder. Acima de tudo, aceite o fato de que a raiva está aqui. Abra-se para ela. Dê permissão, com suavidade. Ficar contrariado e enraivecido com a raiva só aumenta a raiva e aumenta a dor.
Se a emoção for demasiado intensa para ficar sentado, faça meditação andando. Caminhe rápido. Traga a atenção plena para o caminhar. Ou pare e desfrute da natureza. Olhe para os campos e as árvores contra o céu. Olhe para os pássaros e as pequenas criaturas. Mas não se entregue aos pensamentos. Tenha atenção plena. Pois quando temos atenção plena, não há raiva. A raiva desaparece. Isso é verdade para qualquer emoção negativa. Quando a atenção for incondicional, a negatividade simplesmente desaparece.

'Receita' da raiva


A coisa mais dificil que eu já presenciei é uma pessoa admitir que sente raiva.

Todo mundo sente raiva, não adianta esconder a raiva debaixo do tapete de sua sala de bem estar interior.

A raiva vai dar a volta por cima, vai surgir crescida no descompasso cardíaco, na taquicardia, no diabetes, na hipertensão, nas dores musculares, nas dores de ombro, pescoço, cabeça, nas enchaquecas, nas pedras na vesícula.
Raiva é emoção animal, e somos animais.

Mas, somos +!
Somos conscientes, e podemos aprender diferentes maneiras de lidar com a raiva, porém todas elas passam antes pelo testemunho, pela observação de que sentimos raiva.

Uma pista: onde tem mágoa, tem raiva.
A raiz da raiva é a mágoa.

A mágoa vem de nos identificarmos com o que os outros pensam, falam ou como agem conosco.
Aparecem variações da perguntinha: 'por que fulano faz assim comigo?
A mágoa é um produto do 'achismo' de 3 de nossas atividades mentais (o conhecimento incorreto,a imaginação e a memória) combinados em diferentes proporções vinculadas às omissões ou comissões das outras pessoas.

A raiva é a mágoa enterrada num buraquinho do solo do nosso coração, feito semente.
Enterramos a mágoa na expectativa de que ela nunca mais nos aborreça ou nos encontre, porém, a mágoa é a semente da raiva: enterrada no solo ela germina e brota a raiva.

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Mágoa gera raiva.
Raiva gera ódio.

Pescado: apenas uma folha...

(Sarah Doering, in acessoaoinsight)
Ilustração: Eva Uviedo
Faz muitos anos, eu tive uma dessas experiências que fez com que o meu entendimento da prática mudasse significativamente. Foi numa época em que eu estava muito triste. Parecia que o fim do mundo havia chegado para mim. Alguém que eu amava muito havia partido e era improvável que fosse voltar.

Caminhando no jardim em frente à minha casa, distraída, peguei uma folha dum arbusto. E depois, por alguma razão, parei e olhei para a folha na minha mão. Minha atenção foi de alguma forma atraída pela folha e comecei a estudá-la com cuidado. Eu fiquei parada, olhando para a pequena folha, as suas veias, as bordas delicadas, a sua suavidade, o seu brilho, o seu verde intenso. E de repente compreendi que aquela tristeza pesada e obscura que estava me deprimindo, havia partido. Meu coração estava completamente leve e em paz.

O contraste entre ser engolida pela tristeza e a repentina libertação para a leveza e a paz foi tão forte que o pensamento surgiu: “Essa folha é mágica?” Eu não compreendi em absoluto o que havia acontecido. A mudança foi tão grande, tão completa, que supus que ela tinha de ser causada por algo fora de mim mesma. E com cuidado eu trouxe a folha para dentro da casa. Eu não havia compreendido que a mudança do sofrimento para a paz havia acontecido simplesmente porque por alguns momentos a minha mente esteve focada e plenamente atenta. Na manhã seguinte, eu peguei uma outra folha para ver se ela tinha o mesmo poder, como se a felicidade repousasse numa folha. É claro que não funcionou. Eu só fui compreender muito mais tarde que quando a atenção plena é completa, não há tristeza, não há raiva – pois não há pensamento.

O “pensamento” e o “entregar-se ao ciclo de pensamentos”, permitindo que eles sigam indefinidamente, é que faz com que nos sintamos infelizes e nos mantêm infelizes. Quando o pensamento é cortado, as aflições mentais desaparecem. Dukkha é substituído pela felicidade de uma mente alerta e tranqüila.

Aquele momento com a folha foi uma grande lição para mim. Pois foi através disso que pude enxergar o poder extraordinário da atenção plena – o seu poder curativo. Quando a atenção está totalmente com algo, qualquer coisa, não há espaço na mente para a tristeza ou para a raiva, ou qualquer outra emoção negativa. Só a atenção está presente. E a paz que provém da completa atenção está acima de qualquer comparação.

Se tivesse sido possível transferir aquele tipo de atenção cuidadosa, que havia sido dada para a folha, para qualquer coisa que eu fizesse e sustentar essa atenção, a tristeza não teria nunca retornado. Mas é claro, ela retornou. Aquele momento de presença completa foi apenas um descanso para a minha mente. Foi um tremendo alívio, mas não deu um fim à minha dor, e nem poderia. Para que isso, acontecesse, algo mais era necessário.

Na próxima vez que a tristeza surgiu, ao invés de buscar pela cura mágica numa folha, como (para ser honesta) eu continuei fazendo por vários dias, eu deveria ter me voltado para o próprio sentimento de tristeza. Eu deveria ter estado atenta permitindo a mim mesma senti-lo completamente. A menos que seja possível ficar plenamente atenta o tempo todo, do que eu não era capaz, a única forma de finalmente resolver qualquer emoção aflitiva é enfrentá-la de frente, abrir-se para ela, e trazê-la totalmente para a consciência. Quando for completamente compreendida, ela irá se dissipar e desaparecer. Em geral não é possível fazer isso de imediato, é óbvio. Pode ser demasiado doloroso. Então, temos que respeitar as nossas limitações e seguir num passo apropriado.

Ao mesmo tempo, é importante compreender que, quando estamos numa situação desagradável que não pode ser mudada, quanto mais rápido a resistência for abandonada, tanto mais rápido estaremos em paz. É bom senso, nada mais. De outro modo, continuaremos batalhando para viver num mundo que não existe, um mundo de fantasia, de como desejaríamos que as coisas fossem, mas não são. Estaremos em dessintonia com aquilo que está acontecendo no momento e o sofrimento será inevitável.

O abandono, com a rendição à realidade do momento presente, é a única coisa realista a ser feita. Aceitar uma determinada situação não significa que você precisa gostar dela. Significa simplesmente que, quer gostemos ou não, ela está ali.
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O abandono com rendição é observar o que acontece na vida, de cara limpa,de olhos abertos, sem mentirinha de papelzinho, sem falsa persuasão.
Viajar, ir para um retiro no final de semana, mudar de ares, pode ser uma forma de fuga, de abandono de si mesmo, de desistir da vida.
Olho vivo e faro fino: é preciso estar atento e forte (hatha).

20110621

Qual é o preço da beleza?



Do mesmo jeito que nossa indústria de produtos de beleza parou na década de 50,
a mentalidade da maior parte das pessoas com relação à exercícios físicos que dão resultado parou na década de 1980, com as academias, a presença de sedutoras máquinas que prometem 'milagres',
e a imagem do Yoga se cristalizou na década de 1970, como sendo uma prática de relaxamento, no sentido de que nenhum esforço é necessário ou que é coisa de místico, esotérico ou bicho grilo.

Se sua cabeça está fazendo exercício no século passado, venha para o século XXI: Hatha Yoga pode ser uma prática intensa e desafiadora, depende muito da metodologia escolhida e da capacidade e habilidade do professor(a) que você escolher.

A prática correta de Hatha Yoga traz beleza física (Kaanti= beleza: a beleza física pode ser considerada como um dos sinais=cihna da prática correta de Yoga), transforma a forma física do corpo de dentro para fora em todos os 'sentidos'': no sentido de que há uma melhora nos processos não palpáveis (re-estruturação das emoções e sentimentos, re-organização da mente e pensamentos) e dos órgãos internos, ossos e músculos para a pele. Todas estas 'partes' se tornam flexíveis, tonificadas, do tamanho certo, ventiladas e juvenescidas, ao mesmo tempo em que o caráter e a vontade pessoal se tornam mais firmes.

Como sempre, a escolha de colocar em cheque seus conceitos (afinal,se seus conceitos sobre como exercitar seu corpo-sensação-mente são tão efetivas, por que você tem tanto medo de enfrentar uma aula prática de Hatha Yoga?) e de escolher a dedo quem vai te ensinar está em suas mãos!

20110618

Atenção Plena na Respiração

A atenção plena, é um estado especial de consciência que expressa atenção e disposição em cada momento da existência.
Ninguém pratica a atenção plena perfeitamente, mas desenvolvê-la em todos os momentos do dia traz muitos benefícios.


Prática de atenção plena na respiração conduzida por Stephen Little
(instrutor de práticas de redução de estresse do Hospital Albert Einstein de São Paulo -SP)

A prática da atenção plena traz qualidade de vida: estimula a concentração, administra a energia (disposição versus cansaço) baixando os níveis de estresse 'do mal', instiga a consciência corporal.

A prática de atenção plena faz parte da aula de Yoga. Ela está presente na abertura, quando nos conectamos à respiração; está presente nas instruções verbais de cada aasana, quer seja para os movimentos (ações externas) ou atitudes (ações internas) ou para coordenar o movimento com a respiração; está presente nas instruções de praanaayaama; nas instruções do relaxamento e na meditação.

20110616

Em busca do tempo perdido

A sensação interna do passar do tempo está intimamente ligada ao fluxo, à corrente dos pensamentos.
A sensação interna não tem a ver com o tempo 'natural', esse do dia e da noite.
Quando uma pessoa está envolvida em uma atividade sentida como prazeirosa, o tempo parece que passa rápido, e o contrário parece ocorrer quando a atividade é percebida como desagradável.

Muitos pensamentos inúteis por unidade de tempo (pensamentos/segundo, por exemplo) levam à sensação interna de falta de tempo.

Uma mente sem governo, que alimenta muitos pensamentos inúteis por unidade de tempo é uma mente constantemente esgotada, com pouca ou nenhuma capacidade de foco e de concentração.

A pessoa que tem a mente desgovernada fica desconcentrada, com pouca ou nenhuma capacidade criativa, com pouca ou nenhuma iniciativa positiva, e manifesta fadiga física, emocional e mental:
  • apresenta falha constante de memória;
  • instabilidade ou irritabilidade ou anestesia emocional (paradoxalmente, a pessoa se desliga emocionalmente dos fatos 'desagradáveis' que lhe acontecem como uma maneira de aparentar ser uma pessoa 'calma' e resolvida emocionalmente, mas manifesta sintomas psicossomáticos de ansiedade)
  • resistência fazer atividades físicas que lidam com a não-repetição e com a novidade.
O que acontece com a percepção do fluir do tempo quando estamos verdadeiramente concentrados, prestando atenção? (E quem presta atenção, não pensa!)
A percepção do tempo se torna fruída: descobre-se que há tempo para tudo o que se precisa e deseja fazer.
Todos conhecemos pessoas muito ocupadas, que vivem intensamente, cheias de energia, saudáveis e bem humoradas, que sempre encontram tempo para as atividades que elegem como importantes, que não deixam para depois, que não ficam arrumando desculpas para não fazer as atividades que consideram importantes.
Essas pessoas cultivam um estado mental convergente, com poucos pensamentos por unidade de tempo, e com o máximo de pensamentos úteis.

O que o Yoga tem com isso?
O Yoga ensina e treina a mente através do uso consciente do corpo, praticando os aasanas e os praanaayaamas, devolve o tempo perdido.

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flu.ir
(lat fluere) vint 1 Correr em estado líquido. vti 2 Derivar, proceder.

fru.ir
(lat fruere) vti Desfrutar; usufruir.

20110613

Tempus fugit ... ?



O tempo não pode faltar nem sobrar porque não é uma coisa.
O tempo é uma experiência mental e se a sensação dominante a respeito do tempo é de faltar, isso não resulta de complexas equações quânticas ou dos efeitos da “Ressonância de Schumann”.

Como exeriência mental a percepção do tempo está sujeita ao torvelinho mental e à presença ou ausência da flexibilidade individual de perceber novas experiências como diferentes, ao invés de repetentes.

Se o tempo falta, sobra a crença de que o tempo é coisa que acaba e gasta.
Sobra a crença de que a pessoa é 'coisada', coisificada, que desgasta.
A coisificação engessa.

Liberdade


“Um ser livre é aquele que reconhece, alimenta, usa e expressa seu potencial.
São pessoas despertas, que resolveram parar de culpar, reclamar e dar desculpas.
São pessoas que assumiram totalmente sua responsabilidade e tem uma atitude de gratidão a cada passo.
São descontraídos mas não se acomodam em zonas de conforto ou preguiça.
Além de serem pacíficos e de possuírem força espiritual, pessoas livres vão além das crenças que limitam seu potencial para crescer e brilhar.”
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“A energia de uma pessoa livre é repleta de amor, coragem e determinação. É uma energia concentrada que rege a mente e as emoções, que não perde de vista o que é importante e não se deixa aprisionar-se por nada e ninguém. Portanto, a energia de um ser livre é totalmente focada e tem grande poder. Não se trata de falso poder - que pode vir da adrenalina, orgulho e ego - mas sim do poder que nasce de um ser cuja consciência, decisões e ações estão alinhadas. De um ser que sabe que nada ou ninguém pode impedi-lo de ser livre e expressar o seu potencial.”


20110608

Afinal, que Yoga é essa? É Raja ou Hatha?


Raja Yoga é a pratica de Yoga que segue os 8 princípios do Yogas Sutras de Patañjali.

“Normalmente se acredita que o Rája Yoga e o Hatha Yoga são coisas inteiramente distintas, diferentes e opostas, que os Yoga Sútras de Pátañjali lidam com a disciplina espiritual e que o Hatha Yoga Prádipiká de Swátmáráma lida somente com a disciplina física. Não é assim, pois o Hatha Yoga e o Rája Yoga se complementam e formam uma única aproximação em direção a Libertação. Assim como um alpinista precisa de escada, corda, ganchos, preparo físico e disciplina para subir os picos gelados dos Hilamayas, o aspirante ao yoga precisa do conhecimento e disciplina do Hatha Yoga de Swátmáráma para alcançar as alturas do Rája Yoga considerados por Pátañjali.”( Iyengar, Light on Yoga).


O chamado Hatha Yoga usa como ferramenta principal para a conquista dos 8 passos do Raja Yoga proposto por Patañjali o corpo e suas funções (sentidos, mente) como meio ou o laboratório de práticas para vivenciar as experiência da coordenação dos sentidos e da mente, e através destas experiências, obter integralidade, autoconhecimento, consciência, tranquilidade. 

O corpo deixa de ser obstáculo, vilão para se tornar o precioso instrumento de  pesquisa e  de redenção.

A introdução aos 8 passos propostos no Yoga Sutras através da prática do Hatha Yoga é feita através dos aasanas, e as práticas prioritárias durante as aulas estão diretamente relacionadas com atividades corporais: aasanas , praanaayaamas e eventualmente, alguns kriyas.

Em algumas metodologias, como na aplicação do método Iyengar, execução do aasana é proposta como uma forma de meditação:
''... Normalmente a mente está mais perto do corpo e dos órgãos densos da ação e da percepção do que da alma. A medida que os asanas são refinados, automaticamente tornam-se meditativos, pois a inteligência é feita para penetrar em direção ao cerne do ser. Cada asana possui cinco funções para executar, que são: conativo (tendência consciente para atuar), cognitiva, mental, intelectual e espiritual.....''(Iyengar)


Apenas por isso é chamado de Hatha Yoga, para ficar explícito que o meio escolhido para obter os resultados tem foco no condicionamento do corpo e no descondicionamento da mente. Em absoluto significa que o único passo ensinado são as posturas, e que aprática se resume somente aos aasanas.

Por que a enfase no corpo?
Porque um corpo que dói por estar doente, ou por não ter a flexibilidade para ficar sentado ou o tônus para sustentar a coluna alinhada e alongada sem apertar ou puxar por um período de tempo costuma atrapalhar ou impedir o sucesso na hora de seguir em direção aos 4 passos 'íntimos ou internos', sugeridos por Patãnjali (Prathyahara, Dhaarana, Dhyana e Samadhi). Resumindo bem, a meditação vai para o beleléu.

Para ficar Raja seguindo o caminho proposto por Patañjali é preciso estar atento e forte (Hatha).

Pescaria: Yoga, Hábito e Vício


Embora os seres humanos tenham o potencial inato de experimentar a felicidade ilimitada, a maioria das pessoas deve concordar que o sofrimento e a dor são fatos da vida. De acordo com o Yoga Sutras de Patanjali, o texto fundamental do Yoga, essas aflições são geradas pela mente, principalmente por nossos hábitos.

Enquanto estamos vivos, estamos criando hábitos (samskaras), tanto conscientemente quanto inconscientemente. Esses padrões estão ligados e existem em todas as áreas de nossas vidas. Nossos gostos, emoções, atitudes, crenças e comportamentos são ligados a hábitos de corpo e mente. Samskaras são necessários, na medida em que ajudam a criar um senso de identidade, estabilidade e controle. Assim, a criação de hábitos possui uma função importante.

Por exemplo, o hábito de assumir uma postura com a parte superior das costas curvada, faz uma pessoa tímida, excessivamente alta ou com seios grandes parecer menor, menos percebível. Segurar a respiração reduz o fluxo de emoções intensas ou desagradáveis, comer em excesso serve como uma recompensa fácil e rápida por um dia difícil, drogas e álcool podem ajudar a relaxar, reduzindo os efeitos do estresse e da pressão. Esses hábitos variados de corpo, respiração e comportamento possuem uma coisa em comum: eles realmente ajudam a nos sentir melhor ... por um tempo.


As Coisas Mudam
A vida, no entanto, está mudando constantemente. Eventualmente, mesmo nossos melhores hábitos podem deixar de ter efeito. Soluções para o tempo presente demandadas por experiências passadas são, com freqüência, inapropriadas e inadequadas. O resultado destas reações habituais é o aumento do sofrimento e dos obstáculos (duhkha) na vida diária. Se com o passar do tempo um hábito persiste, apesar do constante aumento de duhkha, esse hábito é, na verdade, um vício totalmente desenvolvido.

Eventualmente, costas curvadas podem gerar dor e baixa auto-estima. Uma respiração superficial e/ou irregular pode contribuir para a asma e a depressão. O vício em drogas e álcool apresenta uma variedade de problemas psicológicos, sociais e de comportamento. Comer em excesso é relevante para numerosas questões de saúde.

Colocando de forma simples, as soluções de ontem tornam-se os problemas de hoje.

Este é o nosso dilema. Uma mente totalmente livre de hábitos seria instável e estupefata pelas opções infinitas da vida, mas anos de condicionamento inconsciente criam hábitos e vícios que ocultam a verdadeira felicidade e, no final das contas, abreviam ou até mesmo terminam com nossas vidas. Esta luta eterna entre o fato da mudança e a necessidade de segurança é, de acordo com o Yoga, a condição humana.


A Solução Proposta pelo Yoga
A estratégia do Yoga para resolver este antigo problema é simples, elegante e brilhante. Ao invés de insistir que paremos de criar hábitos, o Yoga nos encoraja a ser totalmente envolvidos no processo de criação desses hábitos. Através do Yoga, podemos começar a criar conscientemente e a aprimorar constantemente nossos padrões, tornando-nos mais saudáveis, versões mais positivas de nós mesmos, de uma forma progressiva.

Para auxiliar neste processo, o Yoga recomenda encontrar alguém cujos pontos de vista e desapego permitam uma visão clara a nosso respeito e que também possua a experiência e habilidade necessária para ajudar-nos a mudar.

Em psicoterapia, esta é a função do terapeuta. No programa de doze passos, essa pessoa é o patrocinador. Em Yoga, temos o professor.

Assim como com terapeutas e patrocinadores, tradicionalmente cada estudante de Yoga possui somente um professor e cada professor recebe um estudante por vez. Como cada estudante representa uma complexa rede de hábitos corporais, respiratórios e mentais interconectados, o Yoga reconhece a necessidade da individualização. Por esta razão, TODOS os yogis adultos eram ensinados um a um. Além do mais, o professor de Yoga era responsável por apoiar mudanças positivas, não apenas no corpo físico, mas também em todos os aspectos da vida do estudante. O conjunto completo de ferramentas clássicas: a visualização, a orientação nas relações, o direcionamento de estilo de vida, o trabalho respiratório, a meditação, o som, o ritual, a reflexão, o serviço, o estudo e a postura; eram usados e adaptados para cada indivíduo da maneira que fosse necessária.

Como professores de Yoga ensinam normalmente através do exemplo, necessitamos de um professor que seja igualmente comprometido com a autotransformação e que tenha um professor. Em outras palavras, precisamos de um professor que também seja um estudante. Assim, a linhagem (cada professor sendo estudante de um professor que era, ele mesmo, estudante de outro professor) era essencial para a prática tradicional de Yoga.

Para muitos de nós, comprometer-se com um professor é um novo padrão. Os velhos hábitos de autoconfiança estóica e de manter as opiniões abertas pelo não comprometimento, agora nos impedirão de progredir no caminho do Yoga (ou da recuperação).


A dinâmica da transformação
O Yoga Sutra descreve vários elementos e orientações para criar hábitos conscientes para uma mudança suave e positiva, quais sejam:

Abhyasa: uma nova prática/hábito/padrão. Pode ser em qualquer área da vida, como corpo, respiração, mente ou comportamento. Tecnicamente, a prática é implementada gradualmente e executada por um longo período de tempo, sem interrupção, com entusiasmo e convicção.

Vairagya: desapego. O abandono dos velhos padrões, de seus resultados e das emoções ligadas tanto aos padrões quanto a esses resultados.

Tapas: aprimoramento. Fazer ações contrárias para ter uma nova experiência de si mesmo e do mundo. O Yoga descreve esta ação como 'queimar as impurezas'.

Svadhyaya: reflexão. Normalmente feita com a ajuda de um professor, é uma auto-avaliação conduzida para revelar para qual padrão é correto mudar e qual o melhor caminho para fazer esta mudança. Svadhyaya também é útil para medir o progresso.

Isvarapranidhana: liberdade, entrega, disposição para mudar, ensinamento, ênfase na qualidade do comportamento, aceitação dos resultados.

Tapas, Svadhyaya, e Isvarapranidhana, em conjunto, são conhecidos como Kriya Yoga, o modelo do Yoga Sutra para transformação dinâmica. De forma interessante, esse mesmo modelo é também expresso como a Oração da Serenidade, um pilar para pessoas que estão se recuperando do vício.

Aprimorar e substituir padrões antigos através da prática diária, é o princípio por trás das três ferramentas mais populares e conhecidas do Yoga: o asana, o pranayama e a meditação.

Asana: posturas de Yoga, que trocam nossos padrões neuromusculares antigos e limitantes por outros melhores. A prática contínua remodela a espinha e melhora por completo a força e a flexibilidade do corpo.

Pranayama: uma técnica de respiração destinada a trocar respirações curtas, superficiais e irregulares por respirações lentas e profundas. Com o passar do tempo, o pranayama fortalece o sistema respiratório [palavra introduzida pelo tradutor], estabiliza a mente e torna as emoções mais claras.

Meditação: visualização (bhavana) e outras técnicas de meditação, substituem padrões mentais negativos por outros mais positivos. Uma mente distraída, entorpecida ou agitada é transformada em uma mente focada, atenta e relaxada. Enquanto a mente vai se tornando mais estável, uma luz interna, visível a todos, começa a brilhar.

Concluindo
O Yoga é um processo de aprimoramento constante dos nossos hábitos e de melhoramento contínuo de nossas vidas. Com a ajuda de um professor qualificado, podemos escolher as ferramentas apropriadas e praticar regularmente para criar uma mente estável, confortável e livre de vício.

Tal mente pode alcançar qualquer objetivo, denso ou sutil, grande ou pequeno.


Traduzido pelo yogi Rogério Maniezi de Yoga, Habit and Addiction, de Robert J. Birnberg, em 20 de Janeiro de 2007, acessível no endereço: http://www.khyf.net/, seção Articles.


20110607

Eu de mim sei = DeSiPleno



Estresse: dondevem, prondevai, quiquifaz, cuméquisai.

O contrário é DeSiPleno, disciplina.

Ser paciente

Com a chegada do frio, produzimos mais muco nasal porque os vasos sanguíneos que ficam dentro das narinas se dilatam, para aumentar o poder de aquecer o ar que é respirado, já que a temperatura ambiente está mais baixa e a temperatura interna das pessoas (vivas)continua a mesma.


O ar além de mais frio, pode se tornar mais seco, e junto com a tendência de algumas pessoas de ingerirem menos líquido, pode causar desconforto nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. O próprio muco extra,que em parte é engolido, também pode causar esta sensação. E a pessoa ansiosa, pode se colocar precocemente gripada.

Observe-se.
Não entre na ansiedade nem no automatismo.
Não se coloque ou se julgue doente para encontrar uma resposta rápida/automática.

O estresse surge quando você manda mensagens dissonantes para si mesmo: cuide bem se seu corpo, de sua mente e de seu meio ambiente.

20110606

'Yoga é habilidade em ação.
Yoga é equilíbrio.'
Bhagavad Guitaa,segundo Pedro Kupfer, em 'Visões do Yoga' editado pela Fundação Dharma, 2000

Equanimidade

Uma outra qualidade inerente e quase exclusiva da prática diligente do Hatha Yoga é a busca da equanimidade dos movimentos em vigor, leveza, alcance, flexibilidade, para que um lado do corpo não se desenvolva mais em detrimento do outro. Ensinando um lado do corpo a se tornar melhor, o aasana ensina o cérebro, a mente, o comportamento, os sentimentos a se tornarem mais completos, holográficos.

Todos temos um lado que é mais forte/firme. E outro mais flexível. A prática inteligente dos aasanas investiga os movimentos do corpo para conseguir que os melhores atributos de cada lado do corpo da pessoa se tornem atributos de todo o corpo da pessoa.

Uma corrente é tão Hatha=forte quanto o mais fraco de seus elos.
Uma pessoa é tão Hatha quanto o menos coordenado de seus atributos.

20110605

Profundidade

A prática de Hatha Yoga compreende a prática dos 8 'passos' do Yoga definidos nos Yoga Sutras.
É esta maneira de praticar que faz com que a prática de aasanas não seja um mero exercício físico ou se torne acrobacia.

O aasasa é feito em profundidade, tanto nas camadas do corpo palpável (pele, várias camadas de músculos, tendões e ossos: a diversidade dos aasanas e a variedade de possibilidade de fazer cada aasana permitem perceber a necessidade e a intensidade de cada estrutura do corpo participar da atuação na variação do aasana proposto) quanto nas camadas do corpo 'impalpável': na atividade da mente, na ordenação e na coordenação motora.

A ordenação motora busca a geometria do aasana e o sequenciamento das ações e do engajamento dos músculos essenciais com uso do tônus adequado.

A coordenação motora busca a harmonia e sinergia dos movimentos com as sensações e as percepções reais realcionadas com uso correto e alinhado do corpo. Propicia o aprimoramento das informações coordenadas pelo cerebelo, refina todos os gestos, afia a memória do bem.

A ordenação e a coordenação motora, o tônus e o engajamento muscular re-formam a imagem corporal que existe no cérebro, com impressões de capacitação, coragem, solidariedade, inteligência, beleza, saúde, jovialidade. A prática de aasanas, quando feita corretamente, reforma o corpo e a mente da pessoa.
A geometria do corpo, a harmonia do movimento produzem quietude mental (= fim dos pensamentos recorrentes, persecutórios, fim dos medos infudados ou originados em paradigmas), serenidade emocional. Resulta em menos estresse físico e mental, maior vigor e criatividade, em jovialidade e flexibilidade.

O aasana executado em sua completude provoca um estado de inteireza, é meditação em movimentos.

O fato do método Iyengar ser uma metodologia de prática de Hatha Yoga muito eficaz em fortalecer o corpo, em enfatizar a musculatura em nada compromete sua eficiência no cultivo e aprimoramento das habilidades impálpaveis.

20110603

Pergunta + Resposta + Réplica

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Sim, faço todo dia, em casa e se tem tempo 'livre'(entre uma aula e outra) no Studio também, para explorar as possibilidade do ambiente lá que é diferente da minha casa, sozinha ou com qualquer ser vivente e corajoso que me acompanhe ( e nessa hora eu não vou estar dando aulas, certo, vou estar 'me jogando' e o ser vivente idem.). Comecei a me mexer com 36 anos, antes não fazia nada, era difícil entender o corpo, sempre doendo (de fome, de TPM, de ficar com a bunda na cadeira, de ficar em pé, de ficar parado...) Dei 'sorte', comecei muito bem, com pessoas&professores ma-ra-vi-lho-sas. Não parei mais.

Comece praticando com alguém.
Dá para arriscar a fazer de ler ou ver no iutubi, mas respeite seus limites.
Eu tenho 2 práticas curtinhas que pretendo soltar na rede (enquanto o texto sobre a TPM está encantado...)

Qualquer Yoga depende muito de estudar e praticar sozinho.
Quem ensina e não pratica todo dia leva jeito de laranja madura na beira da estrada...

Hatha significa 'forte', vigoroso' é o Yoga que usa o corpo físico como instrumento de aprimoramento. Um corpo que dói e/ou está doente 'não deixa' que o dono dele medite; o Hatha Yoga prepara um corpo saudável e flexível para a meditação, para encontrar o Divino de cada um (En temps, chamo Divino  a parte não material de ser humano=pensamentos, sentimentos, emoções depois de alinhadas, educadas, produtivas, saudáveis.) Acredito que tenho sucesso ímpar estudando sozinha porque ralo muito e 'nasci' com um olhar que desvenda o movimento do ser humano. Esse olhar é +/- assim: eu vejo o movimento e entendo como ele é feito, que músculo entrou em ação ou não, por onde foi o peso, quanta força usou; eu posso não ter corpo ainda para fazer, mas sei explicar para qualquer um como faz. Como eu descobri isso? Eu não descobri, meus professores me alertaram sobre este olhar precioso e me instigaram a cultivá-lo. E eu estudo muito, ralo muito mesmo, sozinha que pouca gente acompanha meu ritmo, sempre estudei sozinha, aprendo qualquer coisa sozinha, só de olhar. Então tenho uma formação teórica e prática que pouca gente congrega.

Enton,
Tem muita linha de Hatha Yoga, umas com mais incenso, estatuetas e saris e outras com mais Yoga Sutras, como eu costumo dizer, rsrsrs. A que eu faço, tem Yoga Sutras e pitadas de educação somática, tradição (Método Iyengar) & contemporaneidade (Klauss, Bartenieff, Laban, Graham, Bertazzo). Então, se não gostou de uma linha, você pode tentar outra: tem Iyengar (a ‘minha’), Birkam, Hatha Clássico, Power Yoga, Asthanga Vinyasa, por exemplo. É bacana ter $aco de experimentar por uns 3 meses, pelo menos 2 vezes por semana, assim dá para formar opinião e ver (ou não) resultado.
Se resolver fazer, se joga, vai de peito aberto, não fica comparando, julgando, elocubrando, na hora da aula. Hora de aula é para se jogar.

O que me faz gostar do Hatha desse jeito é que me faz ficar comigo: sou muito agitada, faço um monte de coisas, penso o tempo todo (dá uma foooooomeeeeeeeeeee, dá um caloooooorrrrrr, dá dor de cabeça), sou altamente irritável/inflamável. Quando eu pratico (faço aasanas, praanaayaamas, meditação, yoga nidraa) eu fico relativamente livre dessa bagunça toda, eu descanso de mim mesma, fico fresca.

O que faz o Hatha Yoga diferente é a permanência; a permanência muda tudo, muda a fisiologia do corpo humano e isso não tem em nenhuma outra modalidade, por isso só o Hatha Yoga faz o que o Hatha Yoga faz.
A permanência muda a fisiologia de todo o corpo, dá tempo para a célula que está desbussolada se corrigir, dá espaço para desencaixotar, dá tempo de alterar a imagem ou o registro das células do corpo no cérebro, remove o estresse do mal, que na minha modesta opinião, são fatores estimuladores do adoecimento e do envelhecimento. E a permanência também desafia a sua mente (isso tem a ver com um dos mecanismos de controle da contração muscular, que é feito por sensores de tensão nos tendões). E o que para mim é o mais interessante de tudo isso, é que estes mecanismos são todos naturais da fisiologia humana.

Eu também estudo Flamenco, e neste caso faço aulas, porque não domino o repertório do Flamenco como domino o do Yoga (Brinco que o Hatha Yoga eu ‘lembro’ e o Flamenco eu tenho que aprender, risos!) O que tem estas duas modalidades tem em comum? Ambas descondicionam a mente, condicionam o corpo; o Flamenco tem até nome para o estado de samadhi que se pode alcançar através do baile, do cante e do toque:’duende’. A diferença? No Flamenco há um compromisso com a estética da dança, com o desempenho e principalmente com o ritmo; já no Hatha Yoga você tem todo o tempo do mundo e tem a permanência. Outras práticas corpantes afins: BMC, Dança Contemporânea, Dança Moderna, Dança Indiana, todas sem permanência, certo? E tudo com professor bacana, estudado e estudioso, certo?

A filosofia do Yoga:
moksha atha!=Liberdade agora!
(O resto é perfumaria, risos.)
A pessoa livre leva a vida leve.
Não fica marcada a ferro e a fogo pelo tempo.



A prática correta do Hatha Yoga baixa a velocidade de envelhecimento das pessoas porque baixa drasticamente o nível de estresse e de auto-estresse quase invisível que a pessoa se submete por falta de reflexão.:
O estresse de procurar uma atividade física para melhorar a saúde e machucar o corpo ao mesmo tempo, pois na maioria das modalidades de exercício físico, a dor muscular que vem depois é devido à privação e ao ferimento:
  • falta de nutrição ou combustível da célula muscular em movimento;
  •  rompimento das fibras musculares, que em tese,  fazem o músculo crescer. Então, a pessoa manda para o corpo duas mensagens antagônicas ao mesmo tempo, e depois não entende como é que desgasta! (Des)Gasta porque estressa!!

O Hatha Yoga não machuca, não priva, ao contrário, alimenta ( se o músculo atrofia por falta de alimento e movimento é justo que ele se tonifique e fortaleça pelo retorno da circulação local e pela intensificação progressiva e calculada do movimento) e cura, e por isso, não tem a capacidade de estressar, o corponectivo=corpo+mente não fica desgastado antes do tempo e por isso dá a sensação que o Hatha Yoga tem a capacidade de juvenescer.
.:.

'REJUVENESCIMENTO: Para aqueles que sempre recebem tal assertiva, do efeito rejuvenescedor do Yoga, com ceticismo e descrença, basta lembrar que, em todo aparelhamento elétrico, a velhice se caracteriza pela baixa voltagem. Assim se dá com as pilhas, os acumuladores, os transformadores, que, quando obsoletos, provocam baixas de tensão, os motores que por deficiência em isolamento concorrem para baixar a voltagem aplicada, os circuitos eletrônicos etc. Ora, se da prática yogui decorre a normalização da voltagem motriz de acionamento geral do corpo humano, comprovado como está pela uniformidade de batimento cardíaco e bem-estar geral, como não aceitar o seu efeito de freio sobre o processo de envelhecimento?
Nem nega a forma em arco da coluna vertebral como indicador "peso dos anos". Se o Yoga corrige tal postura, pela manutenção reta dorsal, como não aceitar seu efeito benéfico de conservador aparência jovem?'

Pag. 264 e 265 do livro 'Autoperfeição com Hatha Yoga', do prof. Hermógenes.

20110602

Porque o nome das posturas é em sânscrito?

Da mesma maneira como o francês é a língua internacional do ballet por conta da origem do ballet, o sânscrito é a língua internacional do Hatha Yoga por causa da origem do Hatha Yoga. Plié quer dizer dobrar, pas de bourrée quer dizer passo de troca, adho mukha svanaasana pode ser 'traduzido' como postura(=aasana) do cachorro(=svana) com o rosto(=mukha) para baixo(=adho).

O fato dos aasanas serem designados em sânscrito não tem nenhuma conotação religiosa.

Os nomes dos aasanas por vezes são 'traduzidos' com mais ou menos sucesso, o que nem sempre justifica a 'tradução'. Na dúvida, pergunte o que significa. Se prestar atenção, vai ver que as palavras se repetem, porque não é necessário um vocabulário muito extenso para dar nome para as centenas de aasanas.



O vício de ter sensações

Quer saber se você é viciado nas suas sensações?
Link aqui. Tem mais 9 'joguinhos' para brincar com as suas faculdades mentais de percepção e propriocepção.
Estamos sempre em busca de impulsos, sejam sensoriais, mentais, imaginários, reais.

Quanto mais impulsos temos, mais queremos ter, até sobrecarregar nosso sistema e ficarmos cansados, insones, adoentados pois não fomos ensinados a tirar proveito deste mecanismo saturador para descansarmos, nos reabastecermos de energia vital (essa de mover os músculos que movem os ossos, essa de estabelecer a conecção entre os neurônios). É um tipo de estresse que se torna crônico, e que pode ser desmontado.

Neste mar de impulsos sensoriais de percepção e propriocepção, acabamos perdendo a noção do que é verdadeiro (um impulso que traz uma informação real do corpo ou do meio ambiente) e do que é irreal: ficamos neuróticos. Quem cede a toda impressão mental, acaba vivendo uma vida de ilusão.

O Hatha Yoga usa esse mesmo mecanismo de saturação para reabastecer, para descansar, para fazer a saúde da mente e do corpo, para a mente se tornar mais objetiva e criativa, para fortalecer a memória. E também para distinguir o que é um impulso necessário, real, verdadeiro, do impulso irreal. Quando reaprendemos esta distinção, começamos a economizar energia (aquela da contração muscular, da conecção dos neurônios) e pode sobrar para fazer mais coisas, para não pegar gripe toda hora, para ser mais assertivo e criativo.

Quando isso acontece?
Acontece quando fazemos os aasanas=posturas e olhamos nosso corpo (ou partes dele) e vemos que a posição em que colocamos nosso corpo ou a parte dele não combina com a impressão sensorial que temos em mente: nosso sistema de propriocepção está nitidamente descalibrado. Por esse motivo, fazemos a maior parte dos aasanas de olhos bem abertos, nos observando, sendo observados e prestando atenção.

Um outro momento em que isso acontece é quando relaxamos e os sentidos se recolhem ( é uma propriedade natural do sistema de percepção e propriocepção: se 'cansamos', se super-saturamos este sistema com muitas informações durante a prática dos aasanas e durante o início do relaxamento, este sistema se 'desliga' por alguns momentos e relaxamos profundamente. Por esse motivo, as sensações tendem a desaparecem durante o relaxamento no final da aula.

E quando as sensações 'desaparecem', inclusive a sensação da prórpia mente, as pessoas podem ter a impressão/sensação de que 'dormiram na aula' (Oh, shame on me!) durante o relaxamento, mas podem ter alcançado  o estado de sono sem sonhos .

Este recolhimento dos sentidos é uma das 8 partes da prática do Yoga, chamado pratyahara.
Muitas pessoas estranham este fato, que pode acontecer em qualquer aula, mesmo na aula experimental, não sabem do que se trata e como não possuem conhecimento da 'tecnologia' ou da técnica apurada e certeira do Yoga e também não perguntam, acham que é 'feitiçaria' ou que aconteceu alguma coisa 'errada' ou se sentem envergonhados porque acham que 'dormiram' na aula. Quem dorme tem de ser acordado no final da aula (literalmente, pegando no pé da pessoa), não tem consciência do comando verbal que encerra o relaxamento, não volta sozinho.
 .:.

Quando for fazer sua primeira aula de Hatha Yoga, lembre-se:
  • você vai perceber que seu corpo lhe é algo 'estranho', que você não tem todo o controle mental e muscular do seu corpo e com a perfeição que você imagina;
  • o Hatha Yoga usa a fisiologia do corpo humano de maneira diferente de qualquer prática física que você já fez;
  • todos os procedimentos são seguros, garantidos por centenas de anos de prática e observação;
  • não imagine 'abobrinhas' por não conhecer a técnica. Aproveite para perguntar e conhecer!

20110601

Para que serve a aula experimental?

Serve para experimentar, como o próprio nome 'explica':
  • experimentar a metodologia aplicada (segundo a Wikipédia, existem 30 linhas de Hatha Yoga no Brasil, o que pode tornar uma aula bem diferente da outra);
  • experimentar para ver se gosta do jeito que a aula é conduzida;
  • experimentar a intensidade do método proposto;
  • experimentar a qualidade da prática, e a qualidade da sua prática;
  • experimentar as sensações diferentes que apenas a prática de Hatha Yoga produz, pois usa a atividade física/fisiológica natural do corpo (o corpo inclui o cérebro) e da mente de maneira única.
Sala de Hatha Yoga

A aula experimental serve para experimentar, para cada pessoa, que é única em suas percepções, sensações e necessidades, não tenha de ser maria-vai-com-as-outras e ser obrigada a seguir o conceito, a opinião das outras pessoas.
Aula experimental não tem contra-indicação, não oferece risco de morte nem comprometimento financeiro.

Telefone para (19)3834-5045 ou mande um e-mail e agende sua aula experimental!

A aula experimental não serve para mostrar o que o Hatha Yoga pode fazer por cada pessoa, e não possui o alcance de enfatizar se é uma atividade que não vai  trazer bem estar e harmonia para uma pessoa  muito ativa e que faz muita coisa e que 'não consegue ficar parada' (aliás, as pessoas mais ativas e inquietas que conheço costumam praticar Hatha Yoga, eu sou uma delas! Acho muita graça quando alguém que nunca fez aula de Hatha Yoga, vem com essa esquiva de que Hatha Yoga não serve para pessoas inquietas, ativas, ligadas em 200V, eu que sou ligada em10000V, risos!). Para chegar a este tipo de conclusão de maneira verdadeira e bem fundamentada, é interessante e necessário perceber como a pessoa se sente ao longo e depois de cerca de 24 aulas regulares (cerca de 3 meses praticando com constância 2 vezes por semana). Antes disso é precoce, pre-meditado, pré-conceito, pré-juízo.

Yoga!


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