20110624

Qualidade do movimento?

Desde a revolução industrial, mais especificamente, desde o advendo das linhas de montagem, o ser humano vem perdendo paulatinamente o repertório de movimentos. Deixamos de caminhar para usar automóveis (até para ir à padaria na esquina), temos controle remoto para tudo, fazemos praticamente tudo sentados, repetindo, repetindo, nos repetindo. A cada momento ficamos mais empobrecidos, com uma variedade e amplitude menor de movimentos. Menos movimentos, menos saúde, menos criatividade, menos afetividade, menos 'felicidade'.

Nossos movimentos se relacionam diretamente com nossa inteligência e nossa capacidade de exprimir afetividade. Um repertório menor de movimentos é um vocabulário menor de movimentos, não produz uma expressão clara, assim como um vocabulário menor de palavras não produz fala clara.

O fator que nos torna mais criativos é a consciência, que também vem pelo movimento. Quando o movimento acontece e é causado e percebido por quem faz, ou seja, quando a pessoa identifica o início, o meio e o fim do movimento, quando a pessoa também percebe o caminho do movimento no corpo, ele se torna parte do repertório experimentado da pessoa. O movimento 'provocado' pelo automatismo, pelo instrumento, causa o movimento pontual, sem memória no corpo e produz um registro muito débil na memória do corpo. A pessoa pode até ganhar musculatura, porém continua pobre em consciência corporal ( e por isso perda e graça quando se move, adquire movimentos robotizados.)

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