20100718

Friorento(a)<=>Estressado(a)


Existem pessoas que sentem mais o frio ou o vento que outras: isso pode ser indicado pelo biotipo que na medicina Ayurvédica (medicina tradicional da Índia), onde pessoas há o predomínio do biotipo Vata ressentem o vento+frio e pessoas dominadas por Kapha, o frio+molhado; ou, o excesso de sensibilidade ao frio pode ser uma forte indicação de um nível de alto de estresse no organismo da pessoa.

Quando somos dominados pelo estresse, acabamos sentindo mais frio que o natural para o nosso biotipo.
O domínio claro pelo estresse pode acontecer pelas situações que fazem parte de nosso cotidiano e às quais estamos expostos: trânsito, excesso de trabalho, ambiente conflituoso ou violento. Porém, há uma forma mais sutil de nos expormos ao estresse: quando deixamos por fazer, quando inibimos uma ação, quando sempre nos retraímos, quando nunca expressamos a cólera, quando não damos vazão à todas as nossas emoções.
Essa inibição pode ser psicosomática, pode fazer parte da nossa estrutura psicofísica cristalizada que usa insistentemente a via muscular da cadeia muscular anteriolateral (que gera desequilíbrio/doença porque é cristalizada, e não porque é a cadeia anteriorlateral, AL, tem características de retração), e se apresenta fisicamente com uma postura onde os membros superiores e inferiores se enrolam pela frente do corpo em relação ao eixo da coluna, como o gesto que costumamos fazer quando sentimos frio: a intenção de nos dar um auto-abraço, como na figura abaixo, para aquecer o corpo e o coração.

É interessante notar que a manutenção desse gesto postural, ou da condição de estresse provoca as mesmas respostas fisiológicas:

* há uma predominância da retração inclusive nas membranas celulares, que dificulta a troca entre o meio externo e o interior da célula (é bom lembrar que o meio externo das células é uma matriz nutricional que fica mais fluída quando nos movemos regularmente, e portanto, deixa sair o lixo da célula que deixa entrar o alimento, exatamente nessa ordem: antes do lixo sair, o alimento não entra. Se não nos movemos, ou nos movemos pouco, se passamos os dias contraídos 'por causa do frio', a matriz vira geleca, vira gesso e... a troca vai para o bebeléu, e vamos morrendo aos poucos e aos pedaços: ganhamos um corpo moribundo);

*aceleração cardíaca e pulmonar de origem fisiológica, que causa uma hipertensão mecânica, mas que muitas vezes é diagnosticada como sendo de origem metabólica. (E a pessoa fica tomando remédio à toa, quando é apenas necessário aprender a relaxar.)

* constrição da vesícula biliar, diminuição da mobilidade do estômago e inibição de suas secreções, o que dificulta a digestão. Há constipação intestinal do tipo espasmódica.

*reforço da vasoconstrição periférica pela contração da musculatura, dificultando a circulação, que aumenta a sensação de frio e dificulta a respiração celular. A musculatura também pode comprimir nervos provocando parestesias e formigamento das extremidades, particularmente nas mãos, que podem evoluir para Síndrome do Túnel do Carpo ou até para a Síndrome de Reynaud.

Então, aprenda a se mexer com consciência, para que, através do movimento que educa o corpo experimentado ou Soma* (em contraste com o corpo objetivado) você possa assumir a responsabilidade por trazer de volta o calor da Vida para o seu corpo. E a Alegria/Contentamento para sua vida.


Soma* = o corpo experimentado que engloba “uma diversidade de conhecimentos onde os domínios sensorial, cognitivo, motor, afetivo e espiritual se misturam com ênfases diferentes” (FORTIN, Sylvie. “Educação Somática: Novo Ingrediente da Formação Prática em Dança”. In: Cadernos do GIPE-CIT, Nº2. Estudos do Corpo. Salvador: UFBA. 1999 (Tradução Marcia Strazacappa). Pag 40).

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